A Polícia Federal concluiu que o atentado com explosivos ocorrido em novembro de 2024, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, foi planejado e executado de forma isolada por Francisco Wanderley Luiz. A informação foi divulgada nesta terça-feira (29), em nota oficial da corporação, e o inquérito já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a PF, as investigações descartaram a participação de terceiros ou o financiamento externo na ação, que teve como motivação o extremismo político. Para chegar à conclusão, a polícia utilizou diversos recursos investigativos, como análise de comunicações, dados bancários e fiscais, perícias nos locais atingidos, reconstituições dos eventos e depoimentos de mais de dez testemunhas.
“O atentado foi executado por um único indivíduo, motivado por convicções extremistas. Não há indícios de organização criminosa ou apoio logístico externo”, afirmou a PF. A corporação também reiterou seu compromisso com a defesa da sociedade, do Estado Democrático de Direito e da ordem constitucional.
O ataque aconteceu no dia 13 de novembro de 2024 e gerou tensão nas instituições federais, menos de dois anos após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Francisco Wanderley detonou explosivos em frente ao prédio principal do STF e em um veículo estacionado nas proximidades da Câmara dos Deputados. Ele morreu durante a ação.
Antes do atentado, o autor fez publicações nas redes sociais com mensagens ameaçadoras e desafiando a PF, em tom semelhante ao de jogos e com referências ao personagem Coringa, da cultura pop. Francisco usava roupas com estampa de naipes de cartas no momento do crime.
Francisco Wanderley detonou explosivos em frente ao prédio principal do STF
A investigação revelou que Francisco, natural de Santa Catarina, era chaveiro de profissão e havia sido candidato a vereador em Rio do Sul (SC), em 2020, pelo Partido Liberal (PL), obtendo apenas 98 votos. Em seu apartamento alugado em Ceilândia (DF), foram encontrados mais explosivos escondidos, além de mensagens escritas em batom vermelho, com referências ideológicas e dedicatórias a presos pelos atos antidemocráticos de 2023.
Mesmo com elementos simbólicos e ideológicos, a PF reforçou que não encontrou provas de atuação em grupo ou articulação com movimentos organizados.
