menu
25 de Abril de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
menu
25 de Abril de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
fechar

MUNDO Terça-feira, 15 de Abril de 2025, 15:16 - A | A

Terça-feira, 15 de Abril de 2025, 15h:16 - A | A

SUBIU O TOM

Trump exige retratação de Harvard por “antissemitismo” e bloqueia US$ 2,2 bilhões em recursos

Conflito entre Casa Branca e universidades se intensifica após protestos pró-Palestina nos campi

 

A Casa Branca afirmou nesta terça-feira (15) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, espera um pedido formal de desculpas da Universidade de Harvard por episódios que classificou como "antissemitismo flagrante" no campus. A exigência ocorre em meio a uma crescente tensão entre o governo e instituições acadêmicas, após uma série de protestos pró-Palestina e contra a guerra na Faixa de Gaza que se espalharam por universidades americanas em 2024.

A declaração da porta-voz presidencial, Karoline Leavitt, veio um dia após o governo anunciar o bloqueio de mais de US$ 2,2 bilhões em recursos federais destinados à universidade. Segundo Leavitt, Trump também avalia cancelar a isenção fiscal da instituição, acusando Harvard de atuar como uma "entidade política" que promove "doença inspirada em política, ideologia e terrorismo".

“Muitos americanos estão se perguntando por que seus impostos estão indo para essas universidades, quando elas não apenas estão doutrinando os estudantes do país, mas também permitindo que comportamentos ilegais e flagrantes ocorram”, disse Leavitt, que destacou o fundo patrimonial de mais de US$ 50 bilhões da universidade como motivo adicional para revisão dos repasses públicos.

Em carta enviada a Harvard na última sexta-feira (11), o governo impôs uma série de exigências, como a extinção de programas de inclusão e equidade, a adoção de políticas “baseadas em mérito” para contratações e admissões, a realização de auditorias internas e a proibição do uso de máscaras em manifestações — medida vista como um recado direto aos protestos pró-Palestina.

O presidente de Harvard, Alan Garber, respondeu em carta oficial afirmando que as demandas do governo violam a Primeira Emenda da Constituição dos EUA e extrapolam os limites legais da autoridade federal. “Nenhum governo — independentemente do partido — deve ditar o que universidades privadas podem ensinar, quem podem admitir ou contratar, e quais áreas de estudo e pesquisa podem seguir”, declarou.

A polêmica ganhou respaldo jurídico. A Associação Americana de Professores Universitários entrou com uma ação contra a decisão do governo, alegando que os cortes foram feitos sem o devido processo legal e com motivação política. “Essas exigências amplas e indefinidas visam claramente impor à Universidade Harvard visões políticas e preferências ideológicas do governo Trump”, aponta o processo.

O episódio é parte de uma campanha mais ampla do governo para pressionar universidades da Ivy League. Instituições como a Universidade da Pensilvânia, Brown e Princeton também tiveram recursos suspensos. Casos semelhantes já forçaram mudanças em políticas internas da Universidade Columbia, sob ameaça de cortes bilionários.

Em resposta, um grupo de ex-alunos de Harvard publicou uma carta pedindo que a universidade resista às pressões e conteste judicialmente as imposições. “Harvard lembrou ao mundo que o aprendizado, a inovação e o crescimento transformador não se curvam à intimidação e a caprichos autoritários”, afirmou Anurima Bhargava, uma das signatárias.

No fim de semana, a crise culminou em protestos em Cambridge, nos arredores da universidade, com participação da comunidade acadêmica e de moradores locais.

 

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.

 

Comente esta notícia