Documentos e mídias coletados pela Polícia Federal durante as investigações da Operação Sisamnes indicam que o fazendeiro Aníbal Manoel Laurindo estaria diretamente envolvido no assassinato do advogado Roberto Zampieri, ocorrido em dezembro de 2023, em Cuiabá.
A revelação foi feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Cristiano Zanin, que autorizou uma nova fase da operação, resultando na prisão de Laurindo e de mais quatro suspeitos.
As provas, conforme o despacho de Zanin, incluem imagens, mensagens trocadas por aplicativo, transferências bancárias e registros de chamadas feitas no dia do homicídio.
Esses elementos foram extraídos do celular do coronel reformado do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, apontado como um dos principais articuladores do crime e já detido desde o ano passado.
Nesta sétima etapa da operação, denominada Sisamnes, a PF aponta que o crime teria sido encomendado por Aníbal, com apoio de um grupo identificado como Comando C4 uma organização clandestina que, segundo os investigadores, reunia militares ativos e da reserva, além de civis, com o objetivo de executar alvos mediante pagamento.
A motivação do assassinato estaria ligada a uma disputa fundiária envolvendo cerca de R$ 6 milhões.
Aníbal chegou a ser detido preventivamente em março de 2024, mas foi libertado poucas horas depois por força de habeas corpus.
Agora, novas evidências robusteceram a acusação e motivaram sua recaptura, juntamente com os demais envolvidos: Caçadini, Antônio Gomes da Silva (o executor do crime), Hedilerson Fialho Martins e Gilberto Louzada da Silva.
O assassinato de Zampieri aconteceu no bairro Bosque da Saúde, logo após ele sair do seu escritório. O advogado foi baleado dentro do próprio carro.
Durante as investigações, o seu celular também revelou dados comprometedores, incluindo conversas que sugerem a existência de um esquema de venda de decisões judiciais e de vazamento de informações confidenciais.
O caso segue sob sigilo parcial, mas as investigações já expõem uma rede de interesses financeiros, influência e violência que desafia as instituições e aprofunda a crise de confiança na estrutura de poder judicial e militar no país.