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JUDICIÁRIO Segunda-feira, 02 de Junho de 2025, 16:17 - A | A

Segunda-feira, 02 de Junho de 2025, 16h:17 - A | A

ALEGOU TRABALHO COM PAI DE SANTO

Juiz sob investigação alega que R$ 750 mil recebidos da esposa foram para sessões espirituais com pai de santo

A alegação, no entanto, foi fortemente contestada pela Corregedoria Nacional de Justiça, que considerou os valores “elevados, padronizados e incompatíveis com atividades empresariais comprovadas”

ALISSON OLIVEIRA

 

Em mais um capítulo da Operação Sisamnes, que abalou os bastidores do Judiciário mato-grossense, o juiz Ivan Lúcio Amarante, afastado da Comarca de Vila Rica, tornou-se alvo de um processo administrativo disciplinar após declarações controversas sobre depósitos recebidos de sua esposa.

 

Segundo o próprio magistrado, os R$ 750 mil transferidos em 43 parcelas por Mara Patrícia Nunes Amarante seriam destinados ao seu “desenvolvimento espiritual”, através de sessões com um pai de santo em São Paulo.

 

A alegação, no entanto, foi fortemente contestada pela Corregedoria Nacional de Justiça, que considerou os valores “elevados, padronizados e incompatíveis com atividades empresariais comprovadas”.

 

A quebra de sigilo bancário do juiz revelou o padrão das transações, alimentando suspeitas de que o montante possa estar ligado à venda de sentenças  prática que está no centro da operação conduzida pelo CNJ.

 

As investigações ganharam corpo após a execução do advogado Roberto Zampieri, conhecido como lobista dos tribunais, em dezembro de 2023.

 

O conteúdo do telemóvel encontrado junto ao corpo revelou mensagens comprometedores entre Zampieri e o juiz, apontando para uma relação de dependência e subserviência.

 

Segundo o ministro Mauro Campbell, corregedor nacional, esses elementos justificam plenamente a abertura do processo disciplinar.

 

A Operação Sisamnes já afastou dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso  Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho , ambos atualmente monitorados por tornozeleiras eletrónicas.

 

Além deles, o empresário Andreson Gonçalves, apontado como articulador dos esquemas, permanece detido desde novembro de 2024.

 

A justificativa apresentada pela defesa de Amarante foi recebida com ceticismo entre os conselheiros do CNJ.

 

As sessões com o pai de santo Fernando César Parada foram descritas como parte de uma rotina de “autoconhecimento”, mas para a Corregedoria, o discurso espiritual não resiste à análise da realidade financeira envolvida.

 

O caso segue sob investigação, enquanto cresce a pressão sobre o Judiciário para garantir transparência.

 

 

 

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