No interior de Mato Grosso, uma idosa de 74 anos enfrentou um problema burocrático que chegou a “cancelar” sua própria existência: Izabel Flores Tomicha teve seu CPF registrado como se estivesse morta, o que resultou no bloqueio imediato de sua aposentadoria e da pensão por morte do marido.
A situação só foi solucionada graças a um mutirão da Justiça realizado no distrito de Santa Clara do Monte Cristo, na região de fronteira do estado, entre os dias 1º e 9 de julho de 2025.
Ao buscar a emissão de uma nova identidade durante a Expedição Justiça Sem Fronteiras, a equipe da Perícia Técnica Oficial (Politec) identificou inconsistências nos documentos de Izabel, como a ausência do nome de casada, e encaminhou o caso à Receita Federal. Para surpresa de todos, a idosa constava como falecida nos registros oficiais.
Após a apresentação de documentos comprobatórios, o CPF foi reativado ainda no mesmo dia, permitindo a liberação dos benefícios junto ao INSS, que estavam bloqueados.
Gonçalo Vasconcelos Duarte, analista da Receita Federal que participou do mutirão, destacou a importância da integração entre órgãos públicos para a resolução do problema.
“Se estivéssemos atuando isoladamente, não seria possível resolver essa situação”, afirmou. A filha da aposentada, Marinilza Tomicha Justiniana, emocionada, agradeceu o atendimento e ressaltou a importância dos documentos: “Documento é tudo na vida da gente”.
A Expedição Justiça Sem Fronteiras, promovida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso em parceria com mais de 40 instituições, leva serviços essenciais a comunidades vulneráveis e isoladas da região de fronteira.
Somente na última etapa da iniciativa, foram emitidos mais de 300 documentos e realizados cerca de 50 pedidos diários de CPF, incluindo pedidos de bolivianos em processo de regularização migratória.