A jornalista e escritora Míriam Leitão foi eleita nesta quarta-feira (30) para ocupar a Cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL), vaga deixada pelo cineasta Cacá Diegues, falecido em fevereiro deste ano. Ela recebeu 20 dos 34 votos válidos dos acadêmicos. O economista e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque teve 14 votos.

Com a eleição, Míriam se torna a 12ª mulher a ingressar na ABL, sendo a quinta no quadro atual da instituição fundada em 1897.

O presidente da ABL, o também jornalista Merval Pereira, celebrou a chegada da nova imortal:

“Míriam tem todas as qualificações para estar na ABL, é muito ativa nas suas ações e tem um espectro muito amplo de interesse. É feminina e feminista. Estamos precisando aumentar nossa representação feminina e Míriam vem em boa hora.”

A acadêmica Rosiska Darcy reforçou o mérito da eleição:

“É um merecimento dela, jornalista de todas as mídias, mulher conhecida de todo o Brasil. Esta eleição é, sobretudo, de uma mulher democrata, num pleito democrático. Só temos que festejar.”

O escritor e também imortal Ruy Castro destacou a importância da atuação jornalística de Míriam:

“Esta é uma Academia de Letras e Míriam Leitão é uma profissional da palavra. Na sua condição de colunista de jornal importante, ela é uma militante da palavra em ação, que é algo que precisamos muito na Academia.”

Trajetória

Míriam Azevedo de Almeida Leitão nasceu em Caratinga (MG) em 7 de abril de 1953, filha de Uriel e Mariana, sendo a sexta de 12 irmãos. Começou sua carreira no Espírito Santo, passou por Brasília e São Paulo até se estabelecer no Rio de Janeiro, em 1986.

Jornalista multimídia, com 53 anos de carreira, passou por diversos veículos, como Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil, e desde 1991 está no Grupo Globo. É colunista do jornal O Globo, comentarista na GloboNews, CBN, Bom Dia Brasil, além de âncora do programa Míriam Leitão Globonews.

Escritora prolífica, já publicou 16 livros entre não ficção, romances, crônicas e literatura infantil. Em 1972, aos 19 anos e grávida, foi presa por se opor à ditadura militar.

É casada com o cientista político e escritor Sérgio Abranches, tem dois filhos – Vladimir Netto e Matheus Leitão – e um enteado, Rodrigo Abranches. É avó de Mariana, Daniel, Manuela e Isabel.

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.