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BRASIL Quinta-feira, 01 de Maio de 2025, 10:59 - A | A

Quinta-feira, 01 de Maio de 2025, 10h:59 - A | A

TIROS PARA O ALTO

Adolescente é baleado por patrão e tem diagnóstico confirmado de tetraplegia

Jovem de 17 anos foi atingido por bala disparada em festa pelo próprio patrão; mãe largou o emprego para cuidar do filho e depende de doações para sobreviver.

Após mais de dois meses de internação e uma dura rotina de tratamentos, o Hospital Regional Antônio Dias confirmou que o adolescente Antônio Augusto Fonseca, de 17 anos, está tetraplégico. O jovem foi baleado pelo próprio patrão durante uma confraternização em São Gotardo, no Alto Paranaíba, no final de dezembro de 2024.

Inicialmente, o hospital havia diagnosticado paraplegia, mas o novo laudo, apresentado em consulta no dia 23 de abril, confirma a tragédia que a mãe do garoto, Stefane Gabriela de Oliveira Santos, de 33 anos, já havia recebido em uma avaliação particular realizada no início do mês em Franca (SP). “Eu fui com alguma esperança, mas saí de lá com a confirmação de que meu filho nunca mais iria voltar a andar”, lamentou.

O Crime

O caso aconteceu em 28 de dezembro, durante uma confraternização após uma cavalgada. Sebastião Camargos de Oliveira, de 29 anos, patrão e suposto amigo de Antônio, disparou tiros para o alto. Uma das balas ricocheteou em uma estrutura metálica e atingiu o pescoço do adolescente, perfurando sua medula e um pulmão.

Sebastião fugiu do local e só foi preso cinco dias depois, mas ficou no sistema prisional por pouco mais de um mês. Ele virou réu por tentativa de homicídio qualificado, porte ilegal de arma, disparo de arma de fogo e embriaguez ao volante. A Justiça concedeu habeas corpus em fevereiro, permitindo que responda ao processo em liberdade, sob medidas cautelares.

Luta e Sobrevivência

Desde o crime, Stefane, mãe solo de dois filhos — Antônio e uma menina de 4 anos — largou o emprego de professora para cuidar integralmente do adolescente, que ficou internado de 29 de dezembro a 6 de março, incluindo 24 dias no CTI. Hoje, a família vive de doações para custear alimentação, aluguel e despesas médicas.

“Há dias que não consigo dormir, pois fico preocupada com a respiração dele. Ele sente dor o tempo todo, está deprimido, e eu tento ser forte, mas sozinha não consigo. Dependo da solidariedade das pessoas para sobreviver e colocar comida na mesa”, desabafou Stefane.

Contribuições podem ser feitas via Pix: (37) 9 9956-0077, em nome de Stefane Gabriela de Oliveira Santos.

Sem Apoio do Ex-Patrão

A mãe afirma que a família de Sebastião fez apenas um depósito de R$ 1.500 poucos dias após a internação e não deu mais nenhum suporte desde então. A defesa de Sebastião alegou, em nota, que o réu “realizou depósitos e está enviando esforços para reparar o dano”.

Reabilitação e Esperança

Atualmente, Stefane tenta garantir vaga para Antônio na Rede Sarah, em Belo Horizonte, referência em reabilitação neurológica. O jovem já teve a traqueostomia retirada, mas ainda precisa cicatrizar feridas no cóccix para se qualificar ao atendimento.

Enquanto isso, a família segue enfrentando a rotina difícil imposta pelo crime, agarrada a pequenos avanços e à solidariedade da comunidade.

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