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ARTIGOS Sexta-feira, 11 de Abril de 2025, 17:29 - A | A

Sexta-feira, 11 de Abril de 2025, 17h:29 - A | A

EUNICE TEODORA

RGA é justiça social e motor econômico: hora do governo reconhecer o valor do servidor

A RGA não é bônus. É reposição de perdas. É o mínimo. E o mínimo precisa ser feito agora.

 

Não há mais espaço para desculpas. O pagamento da Revisão Geral Anual (RGA) aos servidores públicos de Mato Grosso não é apenas uma questão de justiça — é uma medida urgente para estancar o colapso financeiro de milhares de famílias e reaquecer a economia do estado.

Nos últimos sete anos, os servidores amargam perdas inflacionárias que ultrapassam 35%. São profissionais que mantêm escolas, hospitais, penitenciárias e repartições funcionando, mesmo com salários corroídos pela inflação, enquanto o Estado bate recordes de arrecadação. A conta não fecha — e quem está pagando por essa desigualdade é a população inteira.

Reuniões recentes, envolvendo deputados estaduais, tribunal de contas, federações do comércio e sindicatos, escancararam o que sempre esteve claro: quando o servidor perde poder de compra, o comércio também sente. Na Baixada Cuiabana, o consumo caiu mais de 25% — um número alarmante que evidencia como o empobrecimento do funcionalismo tem reflexo direto na economia local. O comércio não gira, o pequeno empreendedor sofre, a arrecadação cai. O Estado sangra junto com seus servidores.

Valorizar o funcionalismo público não é “gasto”. É investimento. Cada centavo a mais no salário desses profissionais volta rapidamente para os cofres públicos na forma de consumo, tributos e circulação de capital. A folha de pagamento do Estado alimenta padarias, mercados, farmácias, postos de gasolina, escolas particulares, salões de beleza, oficinas mecânicas. Quem ignora isso está deliberadamente escolhendo estagnar o crescimento econômico.

Além disso, há a cobrança injusta da previdência sobre aposentados e pensionistas, que agrava ainda mais a situação de quem já deu sua contribuição ao longo da vida. O Estado precisa olhar para esses cidadãos com responsabilidade e respeito. São pessoas que sustentaram o serviço público por décadas e agora veem sua renda ser dilapidada.

A RGA não é bônus. É reposição de perdas. É o mínimo. E o mínimo precisa ser feito agora.

Estudos técnicos já estão em andamento para demonstrar, com números, o tamanho da dívida do Estado com seu funcionalismo. Mas a verdade é que não precisamos esperar relatórios para saber o que os olhos veem todos os dias: servidores desmotivados, famílias endividadas, comércio retraído, economia emperrada.

O Estado de Mato Grosso precisa entender, de uma vez por todas, que não se constrói desenvolvimento com arrocho salarial. Se quiser continuar crescendo, precisa começar valorizando quem sustenta a estrutura pública com trabalho diário. O pagamento da RGA sonegado é o primeiro passo para virar essa página.

E essa cobrança deve ser feita por toda a sociedade — porque quando o servidor ganha, todo mundo ganha.

 Eunice Teodora é  presidente do Sindicato dos Profissionais de Nível Superior com Habilitação Específica do Sistema Penitenciário de Mato Grosso (SINPHESP/MT),

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Fernando Henrique 13/04/2025

Isso ai acorda governador e sua equipe econômica, porém o ego desses caras são grande de mais para eles reconhecer isso, parabéns pela matéria. Estamos juntos

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José Roberto S Rego 11/04/2025

Perfeita argumentação, robusta. Acorda Governador. Só achei que as perdas seriam 35%, embora na tenha tido acesso à estudo algum. Sou aposentado da SES. E com certeza a cobrança de previdência de aposentados é pensionistas é um escárnio. É possível que o Governo do Estsfo tenha uma dívida com a previdendencia, desde a época do IPEMAT. ?! E o aposentado tem que pagar a conta? Será?

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