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O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão nesta sexta-feira (2), poucos dias depois da revelação de um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que causou prejuízos de até R$ 6,3 bilhões a aposentados e pensionistas. Lupi ocupava a pasta desde janeiro de 2023.
A decisão ocorreu após uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em mensagem publicada nas redes sociais, Lupi destacou que não é alvo das investigações. "Faço questão de registrar que todas as apurações contaram com o apoio irrestrito das áreas da Previdência e dos órgãos de controle do governo. Espero que os culpados sejam identificados e punidos com rigor", escreveu Lupi, afirmando também que continuará acompanhando o andamento do caso e ajudando para que os recursos desviados sejam integralmente recuperados.
Em sua despedida, o ex-ministro agradeceu aos servidores do INSS e do Ministério da Previdência, ressaltando o trabalho dedicado dos mais de 20 mil profissionais que mantêm o maior programa social das Américas.
Apesar de sua saída, Lupi segue sob crescente pressão. Investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) indicam que ele foi alertado sobre indícios de irregularidades já em junho de 2023, mas adiou medidas, alegando necessidade de mais informações. Lupi se defendeu, afirmando: “Não fui omisso em nada”. Em entrevista à Folha de S.Paulo, ele comentou: “Se houver instituições envolvidas em fraudes, é nosso dever proteger os aposentados. Infelizmente, há muita safadeza de muita gente”.
Carlos Lupi tem uma longa trajetória política, tendo sido ministro do Trabalho entre 2007 e 2011, durante os governos de Lula e Dilma Rousseff. Atualmente, ele também preside o PDT, partido que, além do Ministério da Previdência, ocupa o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, com Waldez Góes à frente.
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