Adriano Machado / Reuters

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (16) que não pretende sair do Brasil e ironizou as investigações que o apontam como articulador de uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Em entrevista ao canal AuriVerde Brasil, ele chamou o caso de “golpe da Disney”.

 

“Eu com 40 anos de cadeia no lombo, não tenho recurso para lugar nenhum. Eu vou morrer na cadeia. Qual crime? Crime impossível, golpe da Disney. Junto com o Pateta, com a Minnie e com o Pato Donald, que eu estava lá em Orlando, programou esse golpe aí”, disse.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro pode ser condenado a mais de 40 anos de prisão pelos crimes de:

• Liderar organização criminosa armada;

• Tentar abolir o Estado Democrático de Direito com uso de violência;

• Golpe de Estado;

• Dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.

“Me prendam”, diz ex-presidente

“Está previsto 40 anos de cadeia. Me prendam. Estou com 70 já, quase morri em uma cirurgia. Vou morrer, não vai demorar”, declarou Bolsonaro, em tom desafiador.

O ex-presidente argumenta que não poderia ter participado diretamente de um golpe porque estava nos Estados Unidos no período. A defesa jurídica usa essa narrativa para tentar desvinculá-lo dos ataques do 8 de janeiro de 2023, considerados pela PGR como parte central da tentativa golpista.

Perseguição e ativismo judicial

Na mesma entrevista, Bolsonaro voltou a afirmar que é alvo de perseguição política por parte do “sistema”, que, segundo ele, quer impedir sua participação nas eleições de 2026.

Ele citou a condenação da deputada Carla Zambelli e o processo contra o delegado Alexandre Ramagem como exemplos de ativismo judicial. “Eu não sei até quando vou resistir”, afirmou.

Agro, MST e INSS

O ex-presidente também comentou temas econômicos, dizendo que, em seu mandato, garantiu “segurança jurídica ao agro” e “tirou força do MST”. Sobre o esquema de fraudes no INSS, afirmou que os maiores beneficiados foram sindicatos, e fez referência ao irmão do presidente Lula, que lidera uma entidade sindical. “Não estou insinuando nada”, disse.

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