O cientista político Carlos Pereira, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), defende que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) devem manifestar apoio à candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara dos Deputados. Essa estratégia visa conter o avanço do que vem sendo chamado de PL da Anistia. Em entrevista ao WW nesta terça-feira (29), Pereira abordou o cenário político atual e as manobras dos partidos em relação à sucessão na Câmara.
Segundo o especialista, a aliança em torno da candidatura de Motta pode ganhar força significativa com o respaldo do PT. Ele argumenta que o partido encontrará dificuldades em se distanciar desse apoio, já que isso poderia abrir espaço para a tramitação do projeto de anistia. “Para o PT e para o presidente Lula, é arriscado não garantir que a proposta de anistia não avance na Câmara”, explicou.
Pereira acredita que o apoio à candidatura de Motta pode servir como uma "moeda de troca" valiosa para o PT, ajudando a bloquear iniciativas relacionadas à anistia, especialmente aquelas que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Sobre a relação entre o Executivo e o próximo presidente da Câmara, Pereira rejeita a ideia de que o governo esteja "refém" do novo líder legislativo. Ele destaca que o governo federal dispõe de várias prerrogativas e instrumentos para influenciar a dinâmica legislativa, como a solicitação de pedidos de urgência. “O Executivo possui um poder considerável, mesmo com o controle maior do Legislativo sobre o orçamento”, concluiu o professor, enfatizando a capacidade do governo de articular seus interesses no Congresso Nacional.
Com inf. MSN
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