menu
15 de Julho de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
menu
15 de Julho de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
fechar

POLÍTICA MT Segunda-feira, 16 de Junho de 2025, 16:22 - A | A

Segunda-feira, 16 de Junho de 2025, 16h:22 - A | A

KITS AGRÍCOLAS

"Quem não deve, não teme": deputado Cattani se defende em operação que apura fraudes em MT

Cattani, negou qualquer irregularidade e se colocou à disposição das autoridades para esclarecimentos.

Ana Barros

 

O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) veio a público para se defender das acusações de envolvimento em um suposto esquema de fraude na compra de kits agrícolas em Mato Grosso, que já aponta para um prejuízo estimado em R$ 28 milhões aos cofres públicos. A investigação da Polícia Civil, batizada de Operação Suserano, deflagrada em 24 de setembro de 2024, cita 14 deputados estaduais, um prefeito e um secretário de Estado, levantando uma polêmica no cenário político mato-grossense.

 

Cattani, cujo nome aparece entre os parlamentares investigados por destinar emendas para a Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf) do estado, negou qualquer irregularidade e se colocou à disposição das autoridades para esclarecimentos.

 

"Nunca concordei com esses tais kits porque o produtor rural precisa de um trabalho efetivo para que ele possa vender o seu produto”, afirmou o deputado, ressaltando sua preferência por políticas de mercado, regularização fundiária e segurança jurídica para o pequeno produtor. Ele justificou sua participação na emenda como uma ação de bancada, visando fomentar a agricultura familiar no estado.

 

Em tom desafiador, Cattani declarou: “Se investigue sim. Sou favorável à investigação. Se existe uma desconfiança, tem que ser investigado sim. Investiguem e se tiver qualquer coisa errada, punam os culpados”, finalizando com o provérbio “quem não deve, não teme”.

 

Detalhes da Operação Suserano


A Operação Suserano, conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), investiga um suposto esquema na execução de emendas parlamentares, com foco na compra de kits agrícolas que teriam sido adquiridos com um sobrepreço de R$ 10,2 milhões.

 

Um documento obtido pelo UOL revelou que, além dos 14 deputados estaduais, o prefeito de Rondonópolis, Cláudio Ferreira (PL), e o atual secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Alan Kardec (PSB), também são citados na investigação. O empresário Alessandro do Nascimento é apontado como o suposto beneficiário do esquema, sendo sócio oculto de empresas que teriam recebido dinheiro das emendas. A delegada Juliana Rado, responsável pelo caso, solicitou o encaminhamento do inquérito à Polícia Federal para aprofundar as apurações.

 

Os kits teriam sido fornecidos pelo Instituto de Natureza e Turismo – Pronatur, que assinou 24 termos de fomento com a Seaf. A Polícia Civil suspeita que o dinheiro dos kits foi pago pelo instituto à empresa Tupã Comércio e Representações, que estaria em nome de um "laranja" do grupo criminoso.

Desdobramentos da Investigação e O Outro Lado

A Polícia Civil suspeita que Alessandro do Nascimento estaria envolvido em uma rede de empresas destinatárias das emendas, incluindo a Tubarão Sports. Nascimento também é investigado por suposta lavagem de dinheiro no exterior, com planos de comprar imóveis nos Estados Unidos. Sua defesa, por sua vez, nega que ele tenha sido indiciado ou ouvido e afirma que não possui contratos com o Estado de Mato Grosso.

A Operação Suserano segue em andamento, com as investigações agora sob a análise da Polícia Federal.

Além de Gilberto Cattani, outros citados na investigação também se pronunciaram:

Cláudio Ferreira (PL), prefeito de Rondonópolis: Afirmou que suas emendas foram destinadas para atender aos cidadãos, dentro da moralidade e legalidade, sem cunho eleitoral.


Alan Kardec (PSB), secretário de Ciência e Tecnologia da Informação: Declarou que não foi notificado e reafirmou a lisura de suas relações institucionais.


José Eduardo Botelho (União), então presidente da ALMT: Negou participação em ilicitudes e eventos de entrega de equipamentos em período eleitoral, afirmando que "sempre respeitei a legislação eleitoral”.


Doutor João José (MDB): Declarou que as emendas foram indicadas e executadas com seriedade e transparência, conforme a legislação.
Júlio Campos (União), ex-governador: Por meio de sua assessoria jurídica, declarou apoio à investigação, mas desautorizou o uso de seu nome e imagem associados à operação, alegando desconhecimento do conteúdo apreendido.


Dr. Eugênio (PSB): Desconhece benefícios a agricultores em período eleitoral, afirmando que não houve destinação de emenda impositiva em ano eleitoral.


Wilson Santos (PSD): Defendeu a destinação de emendas parlamentares como recurso previsto na Constituição e reforçou que irregularidades devem ser apuradas.


Thiago Silva (MDB): Afirmou ter cumprido rigorosamente a legislação eleitoral e negou ter praticado crime eleitoral, sem realizar entregas de equipamentos durante a campanha. Seu nome também apareceu em anotações.


Dilmar Dal Bosco (União): Afirma que "sempre tomou os cuidados legais para não desrespeitar a legislação eleitoral, não participando de entregas de materiais em período eleitoral”.


Carlos Avalone (PSDB): Sua assessoria afirmou que destina emendas para fortalecer a agricultura familiar há anos, obedecendo à legislação e com devida prestação de contas.


Diego Guimarães (Republicanos): Negou ter destinado qualquer emenda ao Instituto Pronatur ou ter participado de entregas dos kits agrícolas.

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.

 

Comente esta notícia