O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), revelou a intenção de transferir à iniciativa privada a administração das escolas públicas municipais da Capital.
A proposta, segundo ele, segue os moldes do modelo já aplicado em São Paulo, onde a gestão de alimentação, manutenção e logística escolar é terceirizada, mas o conteúdo pedagógico permanece sob responsabilidade da prefeitura.
Durante entrevista ao programa Conexão Poder, Abilio justificou a iniciativa com base no baixo desempenho educacional da rede municipal.
Ele afirmou que metade dos estudantes conclui o 5º ano sem saber ler, escrever ou realizar operações matemáticas simples. “O problema não são os professores, mas o sistema falido que não entrega resultados. É preciso cobrar desempenho”, afirmou.
O prefeito reforçou que a eventual privatização está em fase de estudo e que os servidores da educação seguirão vinculados à Secretaria Municipal de Educação.
A iniciativa privada, segundo ele, assumiria apenas funções administrativas, com o objetivo de melhorar a eficiência e os resultados escolares.
A fala do prefeito gerou forte repercussão nas redes sociais e na seção de comentários da própria entrevista.
Profissionais da educação, pais de alunos e eleitores criticaram a proposta, acusando Abilio de tentar enfraquecer o serviço público e favorecer empresas privadas. “A ideia é absurda. Educação é dever do Estado. Privatizar é tirar do povo o que é de direito e entregar para meia dúzia lucrar”, escreveu Edson Vieira, um dos comentaristas.
Outros internautas acusaram o prefeito de já preparar terreno para beneficiar aliados e igrejas com contratos públicos.
“Tá cheirando corrupção e favorecimento de parentes e amigos”, comentou Gilston. Houve também quem questionasse os resultados do modelo paulista, cobrando dados concretos de sua eficácia.
Apesar das críticas, Abilio afirmou que continuará defendendo mudanças estruturais e promete detalhar o plano após finalizar os estudos de viabilidade. Até lá, o debate sobre a privatização da gestão escolar promete continuar mobilizando a opinião pública cuiabana.