O senador Wellington Fagundes (PL-MT) fez duras críticas ao recesso parlamentar decretado antes da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e à atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para o parlamentar, a atual conjuntura configura um cenário de censura institucionalizada e desrespeito às normas constitucionais.
Durante uma coletiva em Brasília, Fagundes classificou como “inadmissível” a interrupção dos trabalhos do Congresso Nacional sem a aprovação da LDO, acusando os presidentes das Casas, Davi Alcolumbre (Senado) e Hugo Motta (Câmara), de negligência.
“Estamos diante de um desrespeito com os estados e municípios. Há prefeituras que não têm mais dinheiro para comprar remédios e o DNIT está sem orçamento. O governo aumenta impostos, mas o povo não vê retorno”, disparou.
O senador também demonstrou indignação com as restrições impostas a Bolsonaro, que, segundo ele, está privado do direito à livre expressão.
“O Bolsonaro está proibido de falar, de dar entrevista. Isso é prisão. Uma pessoa que não pode se expressar está presa. Querem amordaçá-lo com uma tornozeleira. Vivemos uma situação desumana”, afirmou. Para Fagundes, não só o ex-presidente, mas os próprios parlamentares têm sofrido com o que definiu como “cerceamento direto e indireto”.
Fagundes também denunciou a paralisação de uma comissão no Senado, presidida por um membro do PL, mesmo com o número de assinaturas exigido para seu funcionamento. “O regimento é claro. Na ausência do presidente, o vice assume. Mas, mesmo com quórum, não deixaram funcionar. O povo paga por uma comissão que não pode trabalhar.”
Na ocasião, o parlamentar reforçou a necessidade de votar o Projeto de Lei da Anistia, que pretende beneficiar os presos e processados pelos atos do 8 de janeiro. Segundo ele, a pauta vai além da política e toca nos princípios mais elementares da democracia. “É sobre o direito de ir e vir, sobre liberdade de expressão. Hoje censuram um ex-presidente, amanhã censuram vocês, da imprensa”, alertou.
Fagundes afirmou que pediu formalmente que o recesso não fosse iniciado, mas que seu pedido foi ignorado. “Chamam de recesso branco, como se fosse algo leve. É desculpa para não trabalhar. Isso revolta o cidadão que não aguenta mais promessas.”
Ao encerrar sua fala, o senador declarou que o PL seguirá mobilizado nas ruas. “O bolsonarismo está no coração do povo. Não vão conseguir apagar isso. Quem quer justiça e liberdade vai marchar conosco."