A Polícia Civil de Mato Grosso desencadeou, na manhã desta terça-feira (20), a Operação Ilusion, com o objetivo de capturar os donos da empresa Imagem Eventos, que encerraram as atividades abruptamente e não cumpriram contratos firmados com estudantes de diversas instituições de ensino.
O casal de empresários, Elisa Severino e Márcio Nascimento, é apontado como responsável por causar um rombo superior a R$ 7 milhões em prejuízos e segue foragido.
As ordens judiciais, expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais da Comarca de Cuiabá com aval do Ministério Público, incluem prisões preventivas, buscas domiciliares, sequestro de bens e bloqueio de valores em contas bancárias dos investigados e de empresas associadas.
Além disso, oito veículos foram alvo de restrição e todas as atividades comerciais ligadas ao grupo foram suspensas.
As investigações revelam que a empresa, especializada em organizar festas e cerimônias de colação de grau, operava de maneira fraudulenta desde o segundo semestre de 2024.
Mesmo sabendo da iminente falência, os empresários continuaram fechando contratos com pagamento à vista, promovendo falsas promoções e omitindo entregas anteriores.
A conduta evidencia que o encerramento das operações foi premeditado, conforme detalhou o delegado Rogério Ferreira, da Delegacia do Consumidor.
Milhares de reais foram pagos por estudantes de medicina e outras áreas, bem como por famílias inteiras, em cidades de Mato Grosso e Rondônia.
Muitos não chegaram sequer a ter os ensaios fotográficos realizados, outros descobriram o golpe apenas no dia da colação, quando foram comunicados de que o evento não aconteceria.
A Imagem Eventos também utilizava o nome fantasia Graduar Decoração e Fotografia.
O impacto social do golpe é significativo, já que mais de mil formandos foram diretamente afetados. Jovens que sonhavam com a celebração do fim da jornada acadêmica agora lidam com frustrações e prejuízos financeiros irreparáveis.
A operação recebeu o nome de "Ilusion" em alusão à promessa ilusória vendida pelos empresários às vítimas. Mandados também estão sendo cumpridos nas cidades de Maringá (PR) e João Pessoa (PB), onde há indícios de movimentações dos foragidos.
Os crimes apurados incluem associação criminosa, estelionato, infrações contra o consumidor e contra o patrimônio. A pena pode ultrapassar os 13 anos de prisão.