A campanha que levou Alei Fernandes (União Brasil) à prefeitura de Sorriso em 2024 está no centro das atenções da Polícia Federal. Nesta terça-feira (20), agentes deflagraram a segunda fase da Operação Rustius, focada em desvios e arrecadações ilegais durante o período eleitoral.
Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos por determinação do Juiz Eleitoral de Garantias do Núcleo I do TRE-MT. A meta: aprofundar a coleta de provas sobre movimentações financeiras suspeitas envolvendo a campanha vencedora.
De acordo com a investigação, os responsáveis pelo esquema teriam realizado diversas transações fora do radar oficial para esconder despesas que, se lançadas na prestação de contas, extrapolariam o limite de gastos permitido por lei.
Até agora, 17 pessoas já foram formalmente indiciadas. Os investigadores não descartam novas etapas da operação e apontam que a apuração segue em curso para mapear todos os envolvidos.
O que diz a prefeitura:
A assessoria da Prefeitura de Sorriso informou que não irá se pronunciar, alegando que o assunto é de ordem pessoal do prefeito, e não da instituição.
O que diz a defesa do prefeito:
A defesa do prefeito de Sorriso, Alei Fernandes (União Brasil), afirmou em nota que “tudo não passa de especulação, sem qualquer lastro probatório concreto”.
Leia a nota na íntegra:
NOTA À IMPRENSA
Em respeito ao Poder Judiciário Eleitoral e à legislação processual, a defesa técnica do Prefeito eleito Alei Fernandes e de seu Vice Acácio Ambrosini tem o dever de respeitar o sigilo que foi imposto ao caso.
De toda sorte, diante da manifestação da autoridade policial a respeito de uma cerebrina utilização de laranjas para pulverizar dinheiro alegadamente proveniente de caixa-dois, é necessário pontuar que isso tudo não passa de especulação sem qualquer lastro probatório concreto, especialmente que envolva a participação dos candidatos eleitos.
Há certo tempo que os órgãos de investigação vêm sustentando essa narrativa, sem apresentar elementos concretos de quanto, como e porque recursos ou gastos eleitorais foram empregados na campanha. Tudo isso de maneira espalhafatosa e em prejuízo à condução municipal.
É preciso dizer ainda que toda essa investigação decorre de uma busca de provas exploratória que possuía uma linha investigativa inventada por um PRF filiado ao partido do candidato derrotado Damiani.
É a própria Polícia Federal que afirma: o dinheiro apreendido com Nei Frâncio decorre de transações que remontam ao ano de 2019.
Portanto, tudo que se vê agora é uma vã tentativa de sustentar a natimorta Operação Rustius.
Rodrigo Cyrineu, advogado.