A dor de uma mãe que perde uma filha de forma brutal é impossível de medir. Noemi Daniel, mãe de Gabrieli Daniel de Moraes, 31 anos, falou com voz embargada sobre o sofrimento da filha antes de ser assassinada pelo marido, o policial militar Ricker Maximiano de Moraes, no último domingo (25), em Cuiabá.
“Ele espancou a minha filha de uma forma tão cruel, que nem um bicho merecia aquilo”, desabafou Noemi, num áudio emocionado enviado à deputada federal Gisela Simona. “Quando abriram o caixão, a revolta foi ainda maior. Ela estava deformada. Cortaram até o cabelo lindo que ela tinha. O maxilar estava quebrado, a cabeça afundada. Os braços, cheios de perfurações... Ela estava toda destruída.”
Segundo Noemi, a filha era dedicada, carinhosa e esforçada. Estudava Enfermagem e sonhava com a formatura marcada para agosto. Trabalhava, cuidava dos filhos pequenos e ainda preparava tudo para o marido.
“Ela cuidava dele com todo carinho. A roupa dele só saía passada por ela. E ele fez isso com ela... Porquê tanta maldade? Não dá para entender.”
A preparação do corpo, feito por uma funerária em Cuiabá antes do translado para o Pará, foi lenta e dolorosa. Os profissionais relataram à família que o corpo tinha múltiplas perfurações e estava em estado crítico.
“Eles tiveram de costurar o corpo inteiro. Foi horrível. A minha filha foi torturada.”
Noemi termina o apelo com uma exigência de justiça:
“Esse monstro tem que apodrecer numa cela, e que joguem a chave fora. Se a justiça dos homens falhar, a de Deus não vai falhar. Ele vai pagar por cada dor que causou.”
Enquanto a família lida com o luto e a indignação, o policial está detido e deve responder por feminicídio qualificado. O caso é um dos mais brutais já relatados pela relatora do Pacote Antifeminicídio, Gisela Simona, que reforçou: “Cadeia, e ponto final.”