Reprodução internet

Um juiz de primeira instância do estado de Mato Grosso foi afastado das suas funções por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na sequência de uma operação da Polícia Federal realizada nesta quinta-feira (29).

Trata-se da oitava fase da Operação Sisamnes, que visa desmantelar um alegado esquema de corrupção judicial e branqueamento de capitais com ramificações no sistema judiciário estadual.

O alvo da operação foi o magistrado Ivan Lúcio Amarante, da Comarca de Vila Rica, suspeito de receber pagamentos ilícitos através de uma empresa controlada por Andreson de Oliveira Gonçalves, um conhecido lobista da região.

A investigação aponta que parte dos valores terá sido transferida a familiares do juiz para ocultar a origem criminosa dos fundos.

Durante a ação, foram executados três mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens no valor de aproximadamente 30 milhões de reais. A Justiça também determinou a recolha do passaporte do juiz e a sua proibição de deixar o território nacional.

Amarante, entretanto, nega qualquer envolvimento, afirmando que foi indevidamente mencionado em conversas interceptadas entre suspeitos.

As investigações ganharam impulso após o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em dezembro de 2023.

A análise das mensagens encontradas no seu telemóvel revelou um vasto conjunto de conversas comprometedoras com o lobista Andreson Gonçalves, sugerindo a existência de uma rede de venda de sentenças.

Segundo a Polícia Federal, o caso envolve crimes como organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. Já na fase anterior da operação, realizada na quarta-feira (28), quatro indivíduos ligados ao mesmo esquema foram detidos, incluindo militares e empresários.

O juiz afastado enfrenta agora um processo disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), onde tenta provar que não teve envolvimento directo nas ações investigadas.

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