Imagens: Midianews
Em uma coletiva realizada nesta quarta-feira (28), a Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor (Decon) revelou um esquema de fraude envolvendo empréstimos consignados realizados sem autorização de servidores públicos.
O delegado Rogério Ferreira informou que empresas do setor utilizaram manobras ilegais para contratar créditos com parcelas que chegam a se estender por impressionantes 132 meses mais de uma década de pagamentos sem o consentimento dos titulares.
Segundo Ferreira, essas instituições ofereciam, de forma enganosa, serviços de portabilidade ou renegociação de dívidas já existentes.
Com o pretexto de ajudar financeiramente, obtinham acesso a dados sensíveis dos servidores e, a partir disso, realizavam novos contratos de empréstimos.
“Essas empresas, com posse das informações pessoais, alteravam senhas de acesso ao sistema de consignação e até criavam contas bancárias em nome dos servidores em instituições nas quais eles sequer recebiam salários”, denunciou o delegado.
O golpe incluía ainda a quitação de dívidas prestes a vencer para liberar margem de crédito, permitindo a assinatura de novos contratos sem o conhecimento das vítimas.
O resultado era o superendividamento de servidores, que desconheciam completamente os compromissos financeiros assumidos em seu nome.
A investigação, iniciada após determinação do governador Mauro Mendes, conta com relatos de sindicatos e denúncias individuais, relatando descontos indevidos e contratos inflacionados.
A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) suspendeu imediatamente todos os descontos relacionados à Capital Consig, uma das empresas já identificadas com irregularidades pelo Procon-MT.
Apesar da gravidade dos fatos, os nomes das empresas envolvidas seguem sob sigilo e, até o momento, não houve indiciamentos. A Delegacia do Consumidor confirmou que outras instituições também estão sendo investigadas.