Por Redação
A empresária Julinere Goulart Bentos, detida na última sexta-feira (9) em Primavera do Leste, no Mato Grosso, surpreendeu os investigadores ao informar que está disposta a colaborar com a Polícia Civil na apuração do assassinato do advogado Renato Nery, ex-presidente da OAB-MT, morto em julho de 2024.
A prisão de Julinere ocorreu no contexto da Operação Office Crime A Outra Face, que desmantela um esquema de crime por encomenda. Ela é suspeita de ter planejado o homicídio junto com o marido, César Jorge Sechi, também preso.
Apesar de Sechi ter permanecido em silêncio ao ser abordado, a empresária aceitou conversar com o delegado Bruno Abreu ainda no dia da prisão. O conteúdo da conversa, contudo, não foi divulgado, e os detalhes de sua cooperação ainda não foram definidos. O depoimento oficial está agendado para esta terça-feira (13), com a presença de seu advogado.
O caso avançou após a confissão do ex-policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, apontado como responsável por organizar a execução. Ele relatou que recebeu R$ 150 mil para contratar o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, que teria feito os disparos. Os dois estão presos e foram indiciados por homicídio triplamente qualificado.
Heron também envolveu no esquema o PM Jackson Pereira Barbosa, vizinho de Julinere, que teria sido o intermediário financeiro entre os mandantes e os executores.
Jackson foi preso em 17 de abril, mesma data em que o policial Ícaro Nathan Santos Ferreira, da Inteligência da Rotam, foi detido por suspeita de fornecer a arma usada no crime.
Renato Nery foi baleado na cabeça no dia 5 de julho do ano passado, ao chegar ao seu escritório em Cuiabá. Ele foi levado com vida ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia seguinte. A brutalidade do crime e a relevância da vítima no meio jurídico trouxeram grande repercussão ao caso.
Agora, com a empresária demonstrando interesse em colaborar, a Polícia acredita que novas peças do quebra-cabeça possam ser reveladas.
O caso segue sendo tratado como prioridade máxima pela DHPP, que ainda não descarta o envolvimento de mais pessoas no crime.