A Casa Branca anunciou nesta terça-feira (15) que a China enfrentará uma tarifa de até 245% sobre as importações para os Estados Unidos, em mais um capítulo da crescente tensão comercial entre as duas maiores economias do planeta. A medida, segundo o governo americano, é uma resposta direta às ações retaliatórias chinesas e representa um salto significativo em relação aos 145% previamente divulgados.
O novo percentual, divulgado em um informativo oficial, não teve sua metodologia de cálculo detalhada. A medida acompanha uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, que autoriza uma investigação sobre os riscos à segurança nacional causados pela dependência americana de minerais essenciais processados e seus derivados — muitos dos quais vêm da China.
A guerra comercial, intensificada durante os mandatos de Trump, continua a preocupar os mercados globais. A imposição de tarifas eleva os custos para empresas americanas, que precisam buscar alternativas de fornecimento em outros países. Consequentemente, os consumidores também sentem os impactos no bolso com o aumento dos preços de produtos.
A estratégia da Casa Branca busca incentivar a reindustrialização interna e reduzir a dependência externa, mas tem efeitos colaterais. Do lado chinês, a perda quase total do mercado americano representa um duro golpe para os exportadores, que agora miram novos mercados, como a União Europeia, para compensar as perdas.
Enquanto impõe uma tarifa geral de 10% sobre importações de todos os países, os EUA têm mantido suspensas as taxas adicionais para outras nações — com exceção da China. Pequim, por sua vez, também tem respondido com contramedidas, como os novos controles de exportação sobre terras raras, materiais estratégicos usados em tecnologias de ponta e no setor de defesa.
Em meio às tensões, a China nomeou nesta quarta-feira (16) um novo negociador comercial, Li Chenggang, atual embaixador do país na Organização Mundial do Comércio (OMC). Formado em Direito pela Universidade de Pequim, Li será o principal interlocutor em eventuais conversas com Washington. Em comunicado, Trump afirmou que "a China precisa fechar um acordo conosco", sinalizando a disposição dos EUA para retomar negociações — desde que sob seus termos.
A escalada tarifária reforça a pressão dos EUA sobre seus aliados, que agora enfrentam a escolha entre aprofundar laços comerciais com Pequim ou Washington. O resultado dessas disputas pode redefinir o equilíbrio econômico global nos próximos anos.