A Justiça do Tocantins determinou a ampliação das medidas protetivas contra o ex-deputado estadual Adalto de Freitas, o Daltinho, proibindo sua aproximação e qualquer tipo de contato com a ex-esposa e a filha menor de idade.
A decisão foi proferida em junho pelo juiz Antiógenes Ferreira de Souza, da Vara de Combate à Violência Doméstica Contra a Mulher de Palmas, com base em um histórico de denúncias de violência física e psicológica.
De acordo com o processo, a mulher relata ter vivido um relacionamento “tóxico e abusivo” com o ex-parlamentar, sofrendo diversos tipos de violência, incluindo moral, patrimonial, sexual e física. A filha também teria sido vítima de agressões e humilhações, conforme narra a petição apresentada à Justiça. Um dos trechos aponta que a menor relatou ter sido ameaçada pelo pai com frases como “vou fazer xixi na sua cara” e “tirei tudo que você gosta”.
Ainda segundo o documento, a menina descreveu ter visto o pai chutar a costela da mãe durante uma discussão.
A situação se agravou a ponto de a mulher deixar a cidade de Barra do Garças (MT) e mudar-se com a filha para Palmas, por temer pela vida das duas. Em sua petição, o advogado da vítima afirmou que Daltinho se considera influente no Estado, usando seu poder econômico para intimidar e ameaçar.
“Ao sair de casa, ela poderia ser sequestrada, estuprada e morta”, descreve outro trecho do processo, destacando o estado de terror vivenciado pela ex-companheira. O juiz, ao manter e estender as medidas protetivas, reconheceu o “risco claro e potencial” de feminicídio e a necessidade de garantir a integridade física e psicológica das vítimas.
A primeira medida de proteção havia sido concedida em 2009, após o registro de um boletim de ocorrência pela ex-esposa. Agora, a Justiça amplia a proteção à filha, diante da gravidade dos novos relatos.
A defesa do ex-deputado ainda não se manifestou publicamente sobre a decisão.