Durante uma reunião com lideranças políticas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, teria declarado que o Brasil poderia determinar o descumprimento de ordens oriundas dos Estados Unidos por parte de instituições financeiras que operam no país, caso a chamada Lei Magnitsky fosse aplicada contra seu colega de Corte, Alexandre de Moraes.
A informação foi divulgada pela jornalista Débora Bergamasco, da CNN Brasil.
O encontro, que reuniu nomes como Valdemar Costa Neto (presidente nacional do PL), o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, ocorreu na tentativa de conter a crescente crise institucional envolvendo a oposição e o Judiciário.
Segundo a CNN, os participantes discutiram estratégias jurídicas e políticas para conter os efeitos das investigações do suposto golpe de Estado, em que aliados de Bolsonaro estão sendo processados.
Uma das ideias ventiladas durante a reunião seria o envio dessas ações à primeira instância, retirando o foco do STF e, por consequência, de Moraes.
A conversa, conforme relato da colunista, durou cerca de duas horas e meia e foi descrita como “dura e ruim”, sinalizando o clima tenso entre os envolvidos e a gravidade dos temas debatidos.
A ameaça de Gilmar Mendes é vista por analistas como uma medida preventiva caso o governo dos Estados Unidos venha a sancionar Moraes com base na Lei Magnitsky — um dispositivo jurídico adotado para punir violações graves de direitos humanos e atos de corrupção, permitindo o congelamento de bens e a proibição de entrada no território americano.