O juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Cuiabá, ordenou na noite desta quarta-feira,30, a libertação de toda a antiga cúpula diretiva da Unimed Cuiabá, que estava detida como parte da Operação Bilanz, deflagrada pela Polícia Federal para apurar uma fraude de R$ 400 milhões na cooperativa médica.
A decisão ocorreu após a realização de audiências de custódia, que ouviram cinco dos seis acusados.
Pouco antes, a juíza federal Rosimayre Gonçalves, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, já havia determinado a soltura de Jaqueline Larréa, ex-chefe do departamento jurídico, detida em Minas Gerais. A advogada foi liberada antes da audiência em Cuiabá.
Entre os beneficiados pela decisão estão o ex-presidente Rubens Carlos de Oliveira Júnior, a ex-diretora administrativa financeira Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma, o ex-CEO Eroaldo de Oliveira, a ex-superintendente administrativa financeira Ana Paula Parizzotto, e a contadora Tatiana Bassan.
Eles enfrentam um processo penal por falsidade ideológica e uso de documentos falsos.
Em nota, o advogado Marlon Latorraca, que representa Rubens e Suzana, comentou:
“O doutor Jeferson analisou e entendeu que eles não representam risco, não ameaçam testemunhas e nem frequentam a Unimed. Por isso, determinou a soltura.”
O ex-presidente Rubens Carlos de Oliveira Júnior e sua equipe, que lideraram a Unimed entre 2019 e 2023, são acusados de ter causado um prejuízo estimado em R$ 400 milhões, de acordo com auditorias independentes contratadas pela atual gestão.
Uma das descobertas mais críticas envolveu o balanço contábil de 2022, onde inicialmente constava um saldo positivo de R$ 370 mil.
No entanto, após uma revisão detalhada, surgiram inconsistências que apontaram para um rombo de centenas de milhões.
A auditoria identificou uma série de irregularidades, incluindo contratos indevidos, antecipação de pagamentos não justificada, relações desiguais com fornecedores e até construções sem autorização da assembleia geral.
A Operação Bilanz teve como objetivo apurar as inconsistências financeiras e a possível prática de manipulação contábil na cooperativa.
O Ministério Público Federal (MPF) já havia indicado a existência de pelo menos sete documentos falsificados com o intuito de camuflar o rombo nas contas da Unimed.
A defesa dos acusados sustenta que não há provas suficientes para mantê-los detidos e que eles colaboraram com o processo.