O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto nesta terça-feira (4) para dobrar as tarifas de importação de aço e alumínio, que passam de 25% para 50% a partir das 12h01 (horário de verão do leste dos EUA). A decisão faz parte da estratégia protecionista do governo norte-americano e promete atingir em cheio o Brasil, segundo maior exportador de aço para o país.
Em 2024, o Brasil embarcou cerca de 5,81 milhões de toneladas de aço para o mercado americano, movimentando aproximadamente US$ 4,14 bilhões. A maior parte desse volume corresponde a produtos semiacabados, como placas e tarugos, fundamentais para as siderúrgicas norte-americanas.
Com a elevação da tarifa, a previsão é de retração no comércio bilateral. Segundo estimativas do Bradesco, apenas com a tarifa de 25% as exportações brasileiras de aço e alumínio já poderiam sofrer uma queda de até 11,27%, o equivalente a 1,6 milhão de toneladas e uma perda de cerca de US$ 1,5 bilhão em receitas. Com a nova alíquota de 50%, os efeitos podem ser ainda mais severos.
Apesar do endurecimento para o Brasil e outros países, a Grã-Bretanha terá um tratamento diferenciado. Segundo nota divulgada pela Casa Branca, os produtos britânicos de aço, alumínio e derivados permanecerão sujeitos à tarifa atual de 25%, sem alteração por ora.
O setor siderúrgico brasileiro acompanha com apreensão a medida e já articula, junto ao governo federal, alternativas para mitigar os impactos sobre a cadeia produtiva e o mercado de trabalho nacional.