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ECONOMIA Quinta-feira, 10 de Julho de 2025, 14:53 - A | A

Quinta-feira, 10 de Julho de 2025, 14h:53 - A | A

ENTENDA MEDIDA

Entenda o tarifaço de Trump contra o Brasil e o impacto econômico e político da medida

A decisão, que começa a valer em 1º de agosto, gerou reações imediatas do governo brasileiro e do setor produtivo, além de forte impacto no mercado financeiro

ALISSON OLIVEIRA

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) uma tarifa extraordinária de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil aos EUA.

 

A decisão, que começa a valer em 1º de agosto, gerou reações imediatas do governo brasileiro e do setor produtivo, além de forte impacto no mercado financeiro.

 

O anúncio foi feito por meio de uma carta publicada na rede social Truth Social, endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No texto, Trump critica o Supremo Tribunal Federal (STF), defende o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirma que a relação comercial com o Brasil é “muito injusta” e “não recíproca”.

 

Além disso, ele ordenou ao Representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, que inicie uma investigação contra o Brasil com base na Seção 301, instrumento jurídico americano que autoriza medidas unilaterais contra práticas consideradas desleais.

 

Segundo o Comex Stat, sistema do Ministério do Desenvolvimento brasileiro, os Estados Unidos têm superávit nas trocas com o Brasil há 15 anos. Só em 2025, o saldo favorável aos americanos já chega a US$ 1,6 bilhão.

 

A tarifa anunciada atinge uma ampla gama de produtos brasileiros, incluindo commodities como petróleo, ferro, café, carne e suco de laranja. O setor cafeeiro, por exemplo, teme perder espaço no maior mercado consumidor do mundo, onde o Brasil detém cerca de 30% de participação.

 

A indústria da carne bovina também se mostra preocupada: os EUA são o segundo principal destino do produto brasileiro, que viu seu volume dobrar no primeiro semestre deste ano.

 

Já a indústria têxtil, que exporta itens de alto valor agregado, aponta que a taxa de 50% pode inviabilizar o comércio com os americanos.

 

A reação do governo brasileiro veio em tom firme. O presidente Lula declarou que o Brasil responderá com base na lei de reciprocidade, embora ainda não tenha publicado o decreto que normatiza a aplicação.

 

Em reunião de emergência com ministros, o governo avaliou possíveis medidas de resposta, entre elas a retaliação cruzada sobre serviços e propriedade intelectual, considerada mais eficaz que o aumento de tarifas sobre produtos americanos, que poderia gerar inflação interna.

 

Além da turbulência diplomática, o mercado financeiro reagiu com forte oscilação. O dólar futuro disparou 2,30% e chegou a R$ 5,61, enquanto o Ibovespa caiu 2,44%. O dólar à vista fechou em R$ 5,50, no maior patamar desde 25 de junho.

 

A carta de Trump também contém ameaças: ele afirma que qualquer tentativa de retaliação será respondida com aumentos adicionais à tarifa de 50%. Ainda assim, o republicano sinalizou que pode rever a medida caso o Brasil “abra seus mercados” e elimine barreiras comerciais.

 

Nos bastidores, membros do governo Lula reconhecem que o embate é influenciado pelo cenário eleitoral dos EUA. O tom político da carta, com críticas ao STF e apoio explícito a Bolsonaro, revela o uso da relação bilateral como arma eleitoral. A partir de agora, o Brasil terá de administrar uma crise que mistura comércio, ideologia e diplomacia com um de seus principais parceiros comerciais.

 

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Elidio Honório dos Santos 10/07/2025

Eu vejo difícil a situação do Brasil para sentar em uma mesa de negociação, Pergunto : o que o Brasil tem para barganha? Para ficar em uma posição privilegiada deve primeiramente acertar e manter diálogo para aparar as arestas em outros momentos, Pois não é?

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