Desde a implementação do Plano Real em julho de 1994, o real brasileiro enfrentou uma inflação sete vezes maior do que o dólar americano, revela um estudo recente conduzido pelo economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini.
De acordo com os dados coletados utilizando a taxa média de câmbio oficial do Banco Central, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou uma variação de 710% ao longo desses quase 30 anos, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos registrou um aumento de apenas 112% no mesmo período.
Em 1994, a taxa de câmbio era de 1 dólar para 1 real. Hoje, ajustando-se o valor do dólar apenas pela inflação dos Estados Unidos, esse mesmo dólar custaria aproximadamente 2,12 reais.
Em contrapartida, se considerarmos apenas a inflação acumulada no Brasil desde 1994, o dólar deveria estar cotado em torno de 8,10 reais.
Entretanto, o fechamento recente do dólar foi de 5,39 reais na quarta-feira (12 de junho de 2024), um valor que, embora superior ao de 1994, subiu menos do que a média de preços brasileira no período analisado.
Para manter o poder de compra equivalente ao de 1994, seria necessário aproximadamente 2,11 reais para comprar o mesmo dólar hoje. Isso representa um valor de 17,20 reais se o real incorporasse a inflação de ambos os países ao longo dos anos.
No entanto, devido às variáveis específicas que afetam o câmbio, como o risco país e as flutuações na compra e venda de moeda estrangeira, atualmente, são necessários apenas 11 reais (duas vezes 5,39 reais) para adquirir a mesma quantidade de dólares.
O cenário econômico previsto pelo IPCA indica que o real brasileiro poderá encerrar o ano de 2024 com uma inflação de 3,88%.