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ECONOMIA Terça-feira, 29 de Julho de 2025, 08:38 - A | A

Terça-feira, 29 de Julho de 2025, 08h:38 - A | A

CAUTELA

Copom deve manter Selic em 15%, mas tarifaço dos EUA gera incertezas sobre próximos passos

Medida de Trump contra exportações brasileiras pressiona o Banco Central a avaliar cenário externo com mais cautela

Da Redação

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira (29) sua quinta reunião do ano sob ampla expectativa de manutenção da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano. A decisão será divulgada na quarta-feira (30), e a estabilidade da taxa é considerada praticamente certa por analistas. Mas o novo tarifaço anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump contra produtos brasileiros lança dúvidas sobre o rumo da política monetária a partir de agora.

 

A medida do governo americano — que impõe tarifas de 50% a partir de 1º de agosto — é vista como um fator potencial de enfraquecimento da economia brasileira no médio e longo prazo. Embora a maioria das instituições financeiras considere o impacto imediato limitado, o movimento tem potencial de alterar os planos futuros do BC, principalmente quanto ao início de cortes na Selic, hoje previstos para março de 2026.

 

Para o JP Morgan, qualquer decisão que não seja a manutenção dos juros nesta reunião "seria uma surpresa". O banco acredita que o Copom seguirá sua sinalização anterior de interrupção no ciclo de alta, mantendo a estratégia de juros altos por tempo prolongado como forma de combater a inflação e consolidar as expectativas.

 

Relatórios da XP apontam que os dados econômicos recentes foram “majoritariamente benignos” para o controle inflacionário. Entre os sinais positivos estão leituras do IPCA abaixo do esperado, deflação no atacado e desaceleração da atividade econômica. Ainda assim, a casa pondera que o impacto das tarifas dos EUA deve ser monitorado de perto, especialmente se houver retaliação por parte do Brasil.

 

A possibilidade de uma guerra comercial preocupa. "Caso o Brasil decida retaliar com tarifas mais elevadas, isso sim poderia ser inflacionário, forçando o Copom a adotar postura ainda mais dura", avalia Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad. Já o Itaú vê um risco líquido maior na direção de cortes antecipados, dada a chance de desaceleração econômica com o tarifaço.

 

No campo internacional, a incerteza também afeta os Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, também deve manter os juros estáveis nesta quarta. Contudo, analistas apontam que a inflação no país ainda apresenta viés de alta, enquanto os sinais de recuperação econômica permanecem frágeis.

 

Economistas alertam que a comunicação do Copom será determinante para evitar interpretações erradas do mercado. Segundo Natalie Victal, da SulAmérica Investimentos, se o BC reconhecer abertamente a desaceleração da atividade e destacar riscos de baixa para a inflação, pode ser lido como sinal de suavização da política monetária, mesmo que essa não seja a intenção.

 

A reunião ocorre em um contexto em que o cenário externo já vinha sendo incluído no radar de incertezas do Banco Central. Com o novo componente da guerra comercial, aumenta a pressão sobre a autoridade monetária para calibrar sua atuação entre o combate à inflação e os riscos de retração econômica.

 

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