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BRASIL Segunda-feira, 12 de Maio de 2025, 09:37 - A | A

Segunda-feira, 12 de Maio de 2025, 09h:37 - A | A

PEDIU PUNIÇÃO

Racismo em escola de elite: alunos ofendem porteiro negro e instituição o demite

Funcionário negro relatou injúria racial e tentativa de encobrimento; ex-orientadora e ex-funcionária denunciam ambiente discriminatório

Da Redação

 

Ex-funcionários, professores e responsáveis por estudantes do Colégio Everest, no Lago Sul, denunciaram a escola por práticas de racismo e discriminação após um grave episódio envolvendo quatro alunos do ensino fundamental. Os estudantes teriam ofendido um agente de portaria negro da unidade com insultos racistas, chamando-o de “macaco”, “fedorento” e “urubu”.

 

O caso aconteceu em setembro de 2024, mas só veio à tona na última semana. Meses após a agressão, o porteiro foi transferido para outra unidade da instituição e afirma ter sido pressionado a assinar uma ata manuscrita negando a existência de discriminação. Na última quarta-feira (7/5), cerca de um ano após ser contratado, o funcionário foi demitido.

 

A ocorrência foi registrada na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e classificada como injúria racial. O Núcleo de Direitos Humanos (NDH) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também acompanha e investiga o caso.

 

De acordo com o relato da vítima à 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), a orientadora pedagógica do colégio tentou, sem sucesso, garantir que os alunos fossem responsabilizados e que os pais fossem informados. Após insistir diversas vezes para que providências fossem tomadas, a orientadora acabou sendo demitida 11 dias depois do episódio. Apenas um responsável foi comunicado e, diante da orientadora, o aluno admitiu que ele e outros três colegas haviam praticado os insultos.

 

Segundo o porteiro, o encarregado geral da equipe de portaria afirmou que situações semelhantes já haviam ocorrido na unidade.

 

Relatos de outras testemunhas

Além desse episódio, outra ex-funcionária do colégio também denunciou à polícia atitudes discriminatórias recorrentes na escola, envolvendo preconceito religioso, cultural e estrutural. Em depoimento, ela relatou que foi orientada a não falar sobre sua religião ou origem e que foi reprimida ao tentar interceder em episódios de racismo envolvendo a comunidade escolar.

 

A ex-colaboradora relatou ainda que as constantes situações de hostilidade afetaram profundamente sua saúde mental, levando-a a desenvolver problemas psicológicos e de saúde. Atualmente, faz uso de cinco medicamentos controlados.

 

O outro lado

A reportagem entrou em contato com o Colégio Everest por e-mail e solicitou posicionamento sobre as denúncias. Até a última atualização deste texto, a instituição não havia respondido.

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