O Maníaco do Parque, Francisco de Assis Pereira, condenado a 285 anos de prisão por matar sete mulheres e estuprar outras nove, poderá ser solto em 2028.
No entanto, a advogada Carolina Landim, contratada para defendê-lo, se mostra contra a sua soltura. A informação é do jornalista Ulisses Campbell, colunista de O Globo.
Limite
Os crimes cometidos pelo serial killer ocorreram entre 1997 e 1998, e ganharam notoriedade em todo o Brasil. Em 4 de agosto de 1998, ele foi condenado a mais de dois séculos de prisão.
Na época, o limite de cumprimento de pena no país era de 30 anos, mas em 2019, o limite passou para 40 anos, valendo apenas para crimes cometidos a partir da vigência da lei, em 2020.
Sem acompanhamento
Landim pontua que ele, ao longo desses 26 anos em que está detido, ele sequer passou por acompanhamento psiquiátrico, além do fato de que o laudo técnico sobre sua condição mental não estar atualizada.
Ela aponta que há um alto risco de reincidência, diante do diagnóstico de transtorno de personalidade antissocial, condição considerada sem cura.
Não haverá pedido
Como os crimes foram cometidos até 1998, o Maníaco do Parque poderá ser solto ao completar 30 anos de prisão, mas, para, que isso aconteça, a defesa dele precisa fazer o pedido de soltura junto ao Poder Judiciário.
Carolina garante que não o fará. “Por mim, ele ficará preso para sempre”, declara. Para ela, Francisco só deveria deixar a prisão após passar por uma nova avaliação psiquiátrica rigorosa.
Hoje, com 57 anos, o serial killer jamais passou por exame criminológico. A avaliação forense é feita por psicólogos e psiquiatras especializados e exigida no sistema penal somente quando o criminoso pede a progressão de regime.
Francisco nunca fez o pedido e, desde que foi capturado, cumpre a pena integralmente em regime fechado. Ele poderá ficar em liberdade sem qualquer avaliação psiquiátrica recente. Na época em que foi detido, chegou a dizer que voltaria a matar se fosse solto.
Atualmente, ele segue na penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo, onde passa os dias fazendo tapetes de sisal.