Apontado como peça-chave na conexão entre o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, e o Bando do Magrelo, facção criminosa do interior paulista, o ex-pastor Josias Bezerra Menezes, de 41 anos, está atualmente foragido. Conhecido no submundo do crime como “Senhor das Armas”, ele estaria escondido no Complexo da Maré, área controlada por criminosos no Rio de Janeiro.
Investigado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Limeira, Josias — também chamado de “Oclinhos” e “Pastor” — é acusado de vender e enviar armamentos pesados para o CV. De acordo com inquérito obtido com exclusividade pelo Metrópoles, ele ainda é suspeito de ordenar execuções, inclusive com a participação de agentes públicos.
Interceptações telefônicas revelam que o ex-pastor indicava alvos para assassinos profissionais. Um dos envolvidos nas ações do grupo é o policial militar da ativa Carlos Alexandre dos Santos, preso em 27 de fevereiro deste ano. O PM lideraria uma célula criminosa que atua tanto para o Bando do Magrelo quanto para o Comando Vermelho. Seu celular apreendido na ocasião revelou o envolvimento direto com o grupo de Josias.
Natural de Campinas (SP), Josias chegou a atuar como pastor evangélico, embora a polícia não tenha informado a igreja à qual era vinculado. Sua atuação criminosa ficou evidente em 2018, quando foi preso na Rodovia Presidente Dutra, na altura da Pavuna (RJ), transportando um verdadeiro arsenal.
Na ocasião, Josias dirigia um Hyundai Azera onde foram encontrados sete fuzis calibre 5.56, dois revólveres, uma pistola e 510 munições. Ele estava acompanhado de um comparsa em um Volkswagen Bora, que fazia a escolta do carregamento. A prisão foi uma das primeiras evidências materiais do envolvimento direto do “Pastor” com o tráfico de armas em larga escala.
Atualmente, Josias segue foragido, sob a proteção da facção carioca, enquanto a polícia paulista segue com as investigações e buscas.
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