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BRASIL Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 09:16 - A | A

Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 09h:16 - A | A

QUADRILHA

Organização criminosa formada por PMs movimentou milhões com extorsões e tráfico

Grupo teria faturado até R$ 300 mil em extorsões e atuava junto ao Comando Vermelho na Grande Messejana

Da Redação

 

O Ministério Público do Ceará (MPCE) deflagrou na última terça-feira (29) a Operação Kleptonomos, que prendeu 14 policiais militares suspeitos de integrarem uma organização criminosa envolvida em extorsões, tráfico de drogas, tráfico de armas e corrupção em Fortaleza. Dois investigados estão foragidos e um suspeito foi preso em flagrante por porte de drogas. A ação cumpriu 16 mandados de prisão preventiva e 17 de busca e apreensão, com desdobramentos também em cidades do Ceará e em Maceió (AL).

 

Segundo o promotor Adriano Saraiva, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), o grupo atuava principalmente na região da Grande Messejana, em bairros como Pôr do Sol, Coaçu e Paupina, dominados pelo Comando Vermelho (CV). Os policiais extorquiam criminosos — inclusive aqueles com mandados de prisão em aberto — e recebiam “cotas” regulares para proteger traficantes locais. “A gente estima uma faixa de R$ 200 a 300 mil só de extorsão, além de outras receitas com drogas e armas”, explicou.

 

Os PMs utilizavam informações internas da corporação para identificar alvos, faziam abordagens em serviço, com farda e viatura oficiais, e extorquiam os criminosos para não instaurar procedimentos ou prisões. Em um caso, receberam mais de R$ 3 mil para liberar um homem procurado pela Justiça.

 

O MPCE destacou que o nome da operação vem do grego “klepto” (roubar) e “nomos” (lei), simbolizando quem “rouba a lei” e impõe um sistema paralelo de poder. Os policiais presos já foram afastados das funções por decisão judicial, e a Vara da Auditoria Militar autorizou a quebra do sigilo de dados dos aparelhos apreendidos para aprofundar as investigações.

 

A Polícia Militar do Ceará, por meio do coronel Marcus Monteiro, reforçou que não admite desvios de conduta e afirmou que seguirá fiscalizando e combatendo irregularidades na corporação.

 

A defesa de um dos sargentos presos afirmou que ele está afastado por licença médica há mais de um ano e declarou confiança na Justiça, ressaltando o direito ao contraditório e à ampla defesa.

 

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