Condenada pelo assassinato a tiros do então marido, pastor Anderson do Carmo, a ex-deputada federal e cantora gospel Flordelis realizou cinco cursos na prisão com o objetivo de reduzir a pena. Documento obtido pela coluna aponta que os interesses dela variaram de teologia básica a automaquiagem, passando por auxiliar de enfermagem.
Os estudos renderam 7 meses e 8 dias de remição de pena a Flordelis, condenada como mandante do homicídio triplamente qualificado a 50 anos e 28 dias em regime fechado. A conclusão do ensino fundamental e a aprovação no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) já reduziram 5 meses e 27 dias da punição.
Confira, em ordem, a lista de cursos e os dias remidos:
Organização de empresas: 5 dias de remição;
Psicologia do Trabalho: não especifica;
Artesanato: não especifica;
Teologia básica: não especifica;
Auxiliar de enfermagem: 36 dias;
Automaquiagem: não especifica.
Como a coluna revelou, Flordelis também leu 9 livros, por meio dos quais eliminou 36 dias de pena a partir da escrita de resenhas que obtiveram notas de 6 a 9. A lista vai de clássicos brasileiros – como Dom Casmurro, de Machado de Assis, e Senhora, de José de Alencar – a obras estrangeiras sobre nazismo e Holocausto.
Juntos, livros e cursos diminuíram o total de tempo de Flordelis atrás das grades em 254 dias – ou oito meses e duas semanas. A pastora, entretanto, perdeu 12 deles devido a uma falta grave pelo uso de aparelho telefônico.
O julgamento e a vida de Flordelis na prisão
Flordelis está presa desde agosto de 2021 e cumpre pena em regime fechado, na Penitenciária Talavera Bruce, localizada no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. A ex-deputada federal, que teve o mandato cassado pela Câmara, nega o planejamento do assassinato até hoje.
Confira todos os crimes pelos quais Flordelis foi condenada:
Homicídio triplamente qualificado consumado (motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima);
Tentativa de homicídio duplamente qualificado;
Uso de documento ideologicamente falso (duas vezes);
Associação criminosa armada.
Denúncia do Ministério Público (MP) aponta não só que Flordelis foi responsável por planejar o homicídio do marido, mas também por ter convencido os outros acusados a participarem do crime e a simularem um latrocínio. Além disso, foi acusada de pagar pela arma usada no crime e de ter avisado sobre a chegada de Anderson ao local do assassinato.