A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália nesta terça-feira (29), segundo fontes do Ministério da Justiça. A captura foi realizada em Roma após quase dois meses de fuga, iniciada quando a parlamentar deixou o Brasil via Argentina, passou pelos Estados Unidos e se escondeu em território italiano, onde possui cidadania.
Zambelli estava na lista de difusão vermelha da Interpol desde junho, quando teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A ordem atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República, logo após a própria deputada confirmar que havia deixado o país.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que a prisão foi resultado de um trabalho conjunto entre a adidância da PF em Roma e as autoridades locais. “O processo de captura é fruto da cooperação policial internacional da Polícia Federal e polícia italiana”, destacou.
Apesar de boatos que circularam ao longo do dia sobre uma suposta entrega voluntária, Rodrigues foi categórico ao afirmar que Zambelli foi de fato detida. “Ela não se entregou”, disse.
Condenada pelo STF a 10 anos de prisão por participação na invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a deputada bolsonarista ainda pode ter o mandato cassado, caso a Câmara dos Deputados referende a decisão do Supremo.
No último fim de semana, Zambelli havia publicado nas redes sociais um vídeo em que se dizia “exilada política” e agradecia o apoio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
A prisão contou ainda com um inusitado auxílio local: o deputado italiano Angelo Bonelli, em publicação no X (antigo Twitter), revelou que entregou às autoridades o endereço onde Zambelli estava escondida. “Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia”, escreveu.
