Por Gorba Oliveira*
Segundo o IBGE, cerca de 47% da população brasileira adulta é considerada sedentária. Isso coloca o Brasil entre os países mais inativos da América Latina. Em termos simples, quase metade dos brasileiros está se movimentando menos do que deveria para manter uma boa saúde. E isso tem um custo altíssimo – para cada indivíduo, para as empresas e para o Estado.
Você pode até achar que não se exercitar é só “falta de tempo”. Mas a verdade é que o sedentarismo cobra – com juros altos. Ele pesa no bolso, na saúde, na produtividade e, muitas vezes, nas oportunidades que você nem percebe que está deixando passar.
Talvez o maior erro que as pessoas cometem hoje seja achar que o corpo aguenta tudo. Que dá pra empurrar com a barriga até o fim do mês, até as férias, até um sinal mais sério. Mas o sedentarismo não avisa com antecedência. Ele vai minando sua energia aos poucos, comprometendo sua disposição, sua clareza mental, seu humor – e, mais cedo ou mais tarde, a sua saúde.
O impacto no seu corpo — e no seu bolso
Quem leva uma vida sedentária tende a gastar mais com remédios, exames, planos de saúde e consultas médicas. Um levantamento da OMS aponta que a inatividade física é responsável por 5 milhões de mortes por ano no mundo, sendo associada diretamente a doenças como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e diversos tipos de câncer.
No Brasil, dados do Ministério da Saúde indicam que doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) causam 74% das mortes, e muitas delas poderiam ser evitadas com mudanças simples no estilo de vida — como caminhar mais, treinar com regularidade ou fazer pausas ativas no dia.
Mas o problema vai além da saúde física: o sedentarismo também afeta sua produtividade e sua capacidade cognitiva. Estudo publicado na Harvard Business Review mostra que pessoas fisicamente ativas têm maior capacidade de foco, tomam decisões mais rápidas e apresentam menor índice de esgotamento mental.
O custo para as empresas e para o Estado
No ambiente de trabalho, a conta do sedentarismo também chega — e não é baixa. Trabalhadores sedentários têm mais ausências, maior taxa de afastamentos por problemas de saúde e menor rendimento médio. Um estudo publicado pelo International Journal of Workplace Health Management apontou que colaboradores que se exercitam regularmente são até 15% mais produtivos do que os sedentários. Parece pouco? Em uma empresa com 100 funcionários, esse ganho de performance pode representar o equivalente a 15 novas contratações — sem aumentar o custo da folha.
Do ponto de vista econômico, o impacto também é pesado. Estima-se que, só em 2017, o SUS tenha gasto R$ 300 milhões com internações causadas por doenças relacionadas à inatividade física. E esses números só aumentam com o envelhecimento da população e a crescente digitalização das rotinas de trabalho, que nos prendem cada vez mais às cadeiras e às telas.
Mexer o corpo é inteligência, não vaidade
Por muito tempo, associamos atividade física apenas à estética. Mas essa visão está ultrapassada. Hoje, mover o corpo é um dos pilares da saúde mental, da prevenção de doenças e do rendimento diário. Exercitar-se é investir em longevidade, clareza, energia e poder de decisão.
Se você está esperando um sinal para começar a se cuidar, aqui está ele: a conta do sedentarismo já está sendo cobrada. A diferença é que você ainda pode escolher como vai pagar — com disciplina ou com dor.
A boa notícia? Você pode começar hoje. Com 30 minutos por dia. Com uma caminhada, um treino simples, uma pausa ativa. Mas o movimento precisa vir de você.
Gorba Oliveira é Personal Trainer | Especialista em Saúde, Estética Feminina e Performance
Instagram: @gorba_oliveira
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Rogério Garcia 12/05/2025
Precisamos mudar essa realidade e se tornar cada vez mais ativos!
Mariana 12/05/2025
Gente… eu nunca ia imaginar que teria impacto em outras áreas.
2 comentários