menu
04 de Maio de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
menu
04 de Maio de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
fechar

VARIEDADES Domingo, 04 de Maio de 2025, 08:48 - A | A

Domingo, 04 de Maio de 2025, 08h:48 - A | A

ENTENDA

O desaparecimento de Fawcett: 100 anos de um enigma que persiste nas selvas de MT

 

No coração das selvas densas do Araguaia, onde o verde engole trilhas e silencia passos, um dos maiores mistérios do século XX completa cem anos neste mês de maio: o desaparecimento do coronel britânico Percy Harrison Fawcett, figura que se entrelaça à história, lenda e misticismo do interior de Mato Grosso.

 

O explorador sumiu em 1925 durante sua busca incansável pela mítica Cidade Z, uma civilização que acreditava estar escondida nas profundezas do Xingu.

 

Fawcett, geógrafo, cartógrafo e veterano de guerra, havia se tornado um nome de prestígio na Sociedade Geográfica Real da Inglaterra.

 

As suas histórias sobre cidades perdidas, inspiradas em relatos de bandeirantes, manuscritos antigos como o Documento 512 e até em artefatos enigmáticos, como um totem de basalto, cativaram o público europeu e lhe garantiram recursos para suas viagens ao desconhecido.

 

A última vez que se ouviu falar dele foi numa carta enviada à família em 29 de maio de 1925. Desde então, nenhum rastro foi encontrado.

 

Teorias se multiplicaram: teria sido morto por indígenas Kalapalo? Morrido de fome sem jamais ser localizado? Ou encontrado a Cidade Z, desaparecendo voluntariamente num mundo oculto, como acreditam alguns?

 

Mesmo sem provas materiais de sua existência ou morte, o mito cresceu. Supostas ossadas foram descartadas, rumores sobre descendentes albinos foram desmentidos, e novas histórias, como a de uma cidade secreta chamada Ratanabá, continuam a surgir, mantendo o fascínio vivo.

 

O historiador Suelme Fernandes, do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, acredita que a explicação mais plausível é a da inanição.

 

Fawcett, acompanhado apenas do filho Jack e de um amigo, partiu de Cuiabá com suprimentos limitados e recusou qualquer apoio, inclusive do marechal Rondon, que alertara para os perigos da empreitada.

 

O desaparecimento provocou uma onda de expedições internacionais em busca de respostas. Muitas acabaram em tragédia, mas também contribuíram para o avanço no mapeamento da região, como a carta geográfica lançada por Rondon em 1952.

 

Cem anos depois, o corpo de Fawcett continua perdido, mas seu nome permanece gravado na memória de Mato Grosso. A Cidade Z talvez nunca tenha existido, mas a lenda sobrevive, alimentando sonhos de riqueza, aventura e do extraordinário.

 

Como destaca Suelme, é da natureza humana sonhar com terras encantadas. E é esse sonho, mais do que qualquer ruína, que ainda pulsa na floresta.

 

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.

 

Comente esta notícia