A Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou neste domingo (4) que um menor de apenas 15 anos, morador de Mato Grosso, é um dos alvos investigados na Operação Fake Monster, que desarticulou um plano de ataque a bomba durante o mega show da cantora Lady Gaga, ocorrido no sábado (3), na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.
O espetáculo reuniu cerca de 2,1 milhões de pessoas e quase foi palco de um atentado em massa, cujos planos vinham sendo articulados por meio de grupos em redes sociais.
O adolescente, residente em Campo Novo do Parecis, participava ativamente de servidores no Discord, uma plataforma popular entre jovens, onde se difundiam discursos de ódio, principalmente contra pessoas LGBTQIA+.
As autoridades identificaram o envolvimento do menor na dinâmica do grupo, que pretendia realizar atos de terrorismo como um "desafio coletivo", com a intenção de ganhar notoriedade nas redes sociais.
Embora não tenha sido apreendido, o adolescente continua sob investigação. A Polícia Civil do Rio reforçou que caberá à análise do material apreendido durante os mandados de busca determinar o nível de envolvimento do menor no esquema.
Em sua residência e nas de outros oito investigados em diversos estados, foram recolhidos dispositivos eletrônicos e materiais que poderão comprovar a conexão dos alvos com o plano terrorista.
Entre os suspeitos, um homem foi preso em flagrante no Rio Grande do Sul com uma arma de fogo ilegal.
Já no Rio, um adolescente foi apreendido por armazenar pornografia infantil, e em Macaé, um homem foi detido após ameaçar assassinar uma criança durante uma transmissão ao vivo — ele deverá responder por terrorismo.
A ação coordenada pelas forças policiais de vários estados incluiu o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, com destaque para a atuação em Campo Novo do Parecis, onde vive o adolescente de 15 anos.
A Polícia segue investigando os laços entre os membros do grupo, o processo de recrutamento de menores e os materiais utilizados para fabricar os explosivos improvisados e coquetéis molotov que seriam usados no atentado.
A operação é considerada uma das mais complexas no combate ao extremismo digital entre jovens no Brasil.