Imagens repórter MT
O inquérito da Polícia Civil sobre a morte do advogado Renato Nery, assassinado em julho de 2024, revelou uma grave tentativa de encobrimento por parte de policiais militares.
A investigação apontou que a arma usada no homicídio foi colocada propositalmente por agentes da Polícia Militar na cena de um suposto confronto, sete dias após o crime, com o objetivo de afastar suspeitas sobre o envolvimento direto dos militares.
A arma, que pertence à corporação, foi identificada como a mesma utilizada para matar Renato, segundo laudo da própria Polícia Civil. Ela foi encontrada durante a Operação Office Crime – A Outra Face, deflagrada em março de 2025.
Os PMs apresentaram duas armas como apreendidas no suposto confronto de 12 de julho, mas exames periciais confirmaram que os suspeitos abordados não efetuaram nenhum disparo – contrariando a versão oficial da PM.
Quatro policiais da Rotam – Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Leandro Cardoso e Jorge Rodrigo Martins – foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, tentativa de homicídio, porte ilegal de arma e fraude processual. Todos permanecem presos preventivamente.
Além deles, também foram indiciados o caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, apontado como autor dos disparos, e o policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, totalizando seis acusados.
A DHPP concluiu que o assassinato foi motivado por uma disputa de terras, e o caso agora segue para o Ministério Público, que decidirá sobre o oferecimento de denúncia formal.
Renato foi baleado ao chegar ao seu escritório na Avenida Fernando Corrêa da Costa e não resistiu, falecendo após uma cirurgia de emergência.
A revelação do uso da arma da PM e sua tentativa de “desaparecimento” num confronto forjado tornam o caso um marco de gravidade na segurança pública mato-grossense.