Em meio a uma grande expectativa sobre os desdobramentos do inquérito que investiga a atuação de uma suposta "Abin paralela", a Polícia Federal optou por não indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste caso.
A decisão, divulgada na noite desta terça-feira (17), contradiz informações inicialmente publicadas, inclusive pelo próprio UOL.
Embora a PF tenha identificado elementos que associam Bolsonaro aos atos investigados, entendeu-se que o ex-presidente já figura como indiciado por organização criminosa no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado.
Assim, uma nova imputação, segundo os investigadores, seria juridicamente redundante neste momento.
Entre os 36 nomes que constam no relatório da PF, aparecem figuras próximas a Bolsonaro, como o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência.
A ausência do nome de Bolsonaro na lista surpreendeu, sobretudo após a repercussão equivocada de que ele seria formalmente acusado neste processo.
O episódio também gerou desconforto no meio jornalístico. A informação de que Bolsonaro teria sido indiciado foi inicialmente divulgada pela CNN e, posteriormente, replicada por outros veículos, incluindo o UOL, que se baseou em fontes da própria PF. Contudo, após apuração mais rigorosa, confirmou-se que a informação estava incorreta.
A situação evidencia não apenas a complexidade do caso da "Abin paralela", mas também os desafios enfrentados pela imprensa no cruzamento de informações sensíveis em meio a um ambiente político altamente polarizado.
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