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POLÍTICA MT Terça-feira, 17 de Junho de 2025, 15:45 - A | A

Terça-feira, 17 de Junho de 2025, 15h:45 - A | A

"QUEM PARIU QUE O EMBALE"

Ranalli usa ditado polêmico para defender retirada de moradores de rua de Cuiabá

“Eu me espelhei em um projeto apresentado em Minas Gerais. [...] Essa já era uma bandeira da minha campanha, desde os problemas no Beco do Candeeiro, com usuários de drogas”, afirmou.

Ana Barros

 

O vereador de Cuiabá Rafael Ranalli (PL) causou polêmica nesta terça-feira (17) ao defender um projeto de lei que cria o programa “De Volta para Minha Terra”, voltado a realocar pessoas em situação de rua para suas cidades de origem.

 

Durante entrevista à imprensa, Ranalli usou uma expressão considerada insensível e controversa ao comentar a proposta:

 

“Quem pariu Mateus que o embale.”

 

O ditado, popularmente usado para indicar que quem cria o problema deve resolvê-lo, foi aplicado pelo vereador para justificar que outras cidades devem assumir a responsabilidade por seus próprios moradores em vulnerabilidade, e não a capital mato-grossense.

 

“Eu me espelhei em um projeto apresentado em Minas Gerais. [...] Essa já era uma bandeira da minha campanha, desde os problemas no Beco do Candeeiro, com usuários de drogas”, afirmou.

 

O que prevê o projeto

Segundo Ranalli, o programa pretende custear transporte, auxiliar na emissão de documentos, garantir encaminhamento a redes de assistência e intermediar o contato com programas sociais nos municípios de origem dessas pessoas. Também está prevista a criação de uma plataforma online e central telefônica para viabilizar o cadastro e acompanhamento dos casos.

 

A execução da proposta ficará a cargo do prefeito Abilio Brunini (PL), que deverá indicar o órgão responsável pela aplicação prática da medida.

 

“A gente sabe que muitas dessas pessoas que vêm para cá se envolvem em vícios e não conseguem sair. Às vezes, com o suporte da família ou conhecidos, isso se torna mais fácil”, justificou Ranalli.

 

Embora o vereador defenda o projeto como uma forma de “reduzir a vulnerabilidade social”, críticos apontam que a proposta pode significar uma expulsão disfarçada de pessoas em situação de rua, sem resolver o problema de fundo: a falta de moradia, acesso à saúde, emprego e políticas públicas permanentes.

 

Cuiabá tem registrado aumento da população em situação de rua, com crescimento visível em regiões centrais, como a Praça Ipiranga e o Beco do Candeeiro, áreas frequentemente alvo de medidas pontuais e ações de repressão.

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