O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), criticou duramente, nesta quinta-feira (8), a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de rejeitar um pedido feito pelo governo dos Estados Unidos para que o Brasil reconheça organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como grupos terroristas.
A solicitação partiu do governo de Donald Trump e visava reforçar o combate internacional ao crime organizado. No entanto, o governo brasileiro recusou a recomendação, argumentando que, de acordo com a legislação nacional, o terrorismo é caracterizado por motivações ideológicas, religiosas ou por ódio, enquanto as facções atuam em busca de lucro por meio do tráfico de armas e drogas.
Para Mauro Mendes, a justificativa não se sustenta diante da brutalidade das ações praticadas por essas organizações. “Hoje as facções criminosas estão realmente fazendo o terror. Elas matam, cortam cabeça, matam pessoas na frente da família, arrancam corações, fazem verdadeiras atrocidades praticando o terror. E isso, pra mim, é terrorismo”, afirmou.
Mendes voltou a apontar falhas na legislação penal brasileira, classificando o código atual como ultrapassado e permissivo com a criminalidade. Ele fez um apelo direto aos parlamentares em Brasília: “Pelo amor de Deus, gente, vamos atualizar essa lei brasileira. Não é possível essas facções criminosas continuarem agindo com tanta tranquilidade, praticando o terror e não serem classificadas como pediu o governo americano”.
Para o governador, a população brasileira vive refém de grupos criminosos que atuam com violência extrema, sem serem devidamente enquadrados pelas leis vigentes. “Esses criminosos extorquem, roubam, traficam e tiram vidas. Praticam o mesmo terror que criticamos em outras partes do mundo — mas estão aqui, dentro do país, agindo impunemente”, concluiu.