Recém-eleito como novo líder da Igreja Católica, o norte-americano Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, já enfrentou episódios controversos relacionados a casos de abuso sexual por parte do clero. A informação foi revelada pela revista Veja, que destacou dois momentos distintos na trajetória do pontífice em que sua conduta foi alvo de questionamentos — embora ele tenha sido defendido em ambos os episódios.
O primeiro caso remonta ao período em que Prevost atuava como provincial da Província Agostiniana de Chicago, entre 1999 e 2001. Segundo a Veja, durante esse período, um padre condenado por abuso sexual de menores foi autorizado a continuar residindo em um priorado agostiniano localizado próximo a uma escola primária, além de seguir exercendo funções sacerdotais. O religioso só foi removido mais tarde, o que gerou críticas à condução do caso por parte da liderança da ordem.
Mais recentemente, novas dúvidas surgiram em relação à atuação de Prevost enquanto bispo da Diocese de Chiclayo, no Peru, onde ele atuou antes de ser chamado ao Vaticano. Segundo a publicação, há questionamentos sobre o grau de conhecimento que o então bispo tinha a respeito de denúncias de abuso sexual dentro da diocese e sobre a forma como conduziu os casos.
Liderança sob escrutínio
Papa Leão XIV foi eleito nesta quinta-feira (8) após a morte de Francisco, ocorrida em 21 de abril. Aos 69 anos, ele se torna o primeiro papa norte-americano da história e assume o trono de Pedro em um momento de intensos desafios, que incluem não apenas questões geopolíticas e ambientais, mas também a contínua necessidade de transparência e enfrentamento de abusos dentro da própria Igreja.
Embora tenha recebido apoio de setores internos da Igreja nos episódios citados, a revelação de seu envolvimento, ainda que indireto, com situações sensíveis levanta alertas sobre o papel do novo papa frente a um dos temas mais delicados do catolicismo nas últimas décadas.
Na Praça de São Pedro, em seu primeiro discurso como pontífice, Leão XIV falou sobre construir pontes e estar próximo dos que sofrem. Agora, muitos católicos esperam que essa missão inclua ações firmes e transparentes contra abusos, como forma de restaurar a confiança da sociedade e das vítimas na Igreja.