A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), apreendeu mais de R$ 134 milhões em cargas de madeira extraída ilegalmente no estado entre janeiro e junho de 2025. O volume total apreendido, de 881,7 mil metros cúbicos, representa um aumento de 2.104% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram apreendidos apenas 40 mil m.
A quantidade interceptada seria suficiente para encher mais de 35 mil caminhões carregados de madeira.
As operações ocorreram em biomas estratégicos, como o Pantanal e a Amazônia mato-grossense, regiões frequentemente alvo de exploração ilegal de recursos naturais.
De acordo com a delegada titular da Dema, Liliane Murata, afirmou que o avanço nas ações é resultado de um trabalho coordenado, com uso de tecnologias avançadas de monitoramento, maior integração entre órgãos ambientais e o fortalecimento das investigações.
“O aumento nas apreensões reflete o avanço institucional da Polícia Civil no combate ao crime ambiental, com apoio de tecnologias de georreferenciamento, como Sentinel, RapidEye, Planet e Brasil Mais. Isso tem nos permitido identificar rapidamente áreas degradadas e agir com mais eficiência”, afirmou a delegada.
No primeiro semestre, a Dema deflagrou 16 operações próprias e instaurou 180 inquéritos policiais, sendo:
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116 relacionados a desmatamento e exploração ilegal de madeira;
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41 referentes à pesca predatória;
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23 sobre crimes contra a administração pública ambiental.
As investigações levaram ainda à elaboração de 854 relatórios policiais e técnicos, além de 245 ordens de serviço.
Entre as operações de maior repercussão estão: Orcs, Escudo Verde, Eco Legal, Filadélfia, Cadeia Sustentável e Amazônia, todas voltadas à repressão de crimes contra a flora e ao combate de redes criminosas especializadas no corte e comércio ilegal de madeira.
As ações da Dema, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), também resultaram na aplicação de mais de R$ 11 milhões em multas ambientais, além do embargo e suspensão de nove empresas que atuavam de forma irregular.
“Em 2025, houve um aumento expressivo não só nas apreensões de madeira, mas também nas penalidades aplicadas. Isso mostra uma atuação mais produtiva e com maior impacto no enfrentamento aos crimes ambientais, consolidando Mato Grosso como referência nesse tipo de combate”, concluiu Liliane Murata.
A delegada também destacou que o enfrentamento ao desmatamento ilegal se tornou prioridade institucional da Polícia Civil, especialmente diante da pressão nacional e internacional para a preservação dos biomas brasileiros.