Na madrugada desta terça-feira (10), a Rússia lançou 315 drones contra a Ucrânia, em um ataque descrito pelo presidente Volodymyr Zelensky como “um dos maiores” já sofridos pela capital Kiev. Sete distritos da cidade foram danificados, com incêndios em prédios altos, residências, carros e armazéns.
O chefe da administração militar de Kiev, Tymur Tkachenko, classificou a noite como “difícil para todos”, enquanto o prefeito Vitaliy Klitschko confirmou que quatro pessoas ficaram feridas nos ataques. Sirenes soaram por horas, e o sistema de defesa aérea funcionou intensamente para conter os disparos.
Além do bombardeio a Kiev, a cidade portuária de Odessa, no sul do país, também foi alvo de ataques russos. Pelo menos dois homens morreram e nove ficaram feridos, segundo o Ministério Público local. Um dos alvos atingidos foi uma maternidade, como informou Andriy Yermak, chefe de Gabinete Presidencial da Ucrânia.
Imagens mostram os destroços do hospital e equipes de saúde limpando os cacos de vidro. Moradores relataram momentos de terror durante a madrugada. Violeta, de 78 anos, contou que sua garagem foi destruída e que o teto do apartamento desabou, mas que conseguiu se proteger a tempo ao ouvir as sirenes. Lyudmila, de 60 anos, descreveu o medo causado pelo som constante dos drones e o impacto mental de ser atingida pela primeira vez em quatro anos de conflito.
Maternidade em Odessa, Ucrânia, atingida, após ataque russo. • Reprodução/Reuters
Além dos drones, a Força Aérea ucraniana informou que a Rússia lançou dois mísseis balísticos KN-23 e cinco mísseis de cruzeiro Iskander-K durante o ataque noturno.
O ataque desta terça ocorre um dia após a maior ofensiva da Rússia com drones contra a Ucrânia, quando 479 veículos aéreos não tripulados foram disparados na noite de segunda-feira (9). Essa sequência de ataques representa uma escalada significativa na campanha aérea russa contra a Ucrânia.
Volodymyr Zelensky destacou nas redes sociais que os ataques russos buscam minar os esforços internacionais para forçar a Rússia à paz, ressaltando o impacto humanitário e estratégico da ofensiva.
