O Tribunal do Júri da comarca de Cáceres (a 225 km de Cuiabá) condenou, no último dia 5 de maio, quatro acusados pelo assassinato do adolescente Rean Kalel Vilasboas Andrade, ocorrido em março de 2022. Os réus, integrantes de facção criminosa, foram responsabilizados pelo homicídio triplamente qualificado e por integrarem organização criminosa.
Segundo a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), o crime foi ordenado por um "decreto" interno da facção, motivado por disputa territorial pelo controle de atividades ilícitas na cidade. A vítima foi atraída sob o falso pretexto de um encontro amoroso, sendo posteriormente amordaçada, amarrada e brutalmente assassinada com tortura, fogo e agressões físicas que causaram politraumatismo e queimaduras em 80% do corpo.
No julgamento, o Conselho de Sentença reconheceu a crueldade e o caráter premeditado do crime, determinando as seguintes penas: Amilton Alexandre Alves da Silva, 15 anos e seis meses de reclusão; Ângelo Suquere Nogueira, 18 anos e seis meses; e Norivaldo Cebalho Teixeira, 32 anos, um mês e 10 dias — todos iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado e sem direito de recorrer em liberdade.
A ré Laryssa Brumati da Silva também foi condenada a 18 anos de reclusão em regime fechado, mas poderá apelar em liberdade. Já Evylin da Silva Peres recebeu pena de seis meses de detenção em regime aberto por fraude processual. Outros cinco acusados seguem respondendo por participação no crime em processos desmembrados.
Atuaram no júri os promotores de Justiça Luane Rodrigues Bomfim e Saulo Pires de Andrade Martins.