menu
24 de Abril de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
menu
24 de Abril de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
fechar

ECONOMIA Terça-feira, 22 de Abril de 2025, 16:13 - A | A

Terça-feira, 22 de Abril de 2025, 16h:13 - A | A

"NÃO É PONTUAL"

Inflação no Brasil está acima da meta e sem pressões pontuais, afirma presidente do Banco Central

"A inflação está disseminada por diversos produtos, sejam bens industriais, sejam serviços", afirmou.

 

Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou nesta terça-feira, 22, que a inflação no Brasil continua acima da meta de 3% e se encontra de forma disseminada por diversos segmentos da economia, sem estar atrelada a pressões pontuais.

Galípolo apontou que, ao analisar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é possível observar que os segmentos mais voláteis, como alimentação e bens industriais, estão com uma inflação bem acima da meta, alcançando até mesmo valores fora da banda superior da meta estabelecida. "A inflação está disseminada por diversos produtos, sejam bens industriais, sejam serviços", afirmou.

O presidente do BC ainda alertou sobre os impactos dessa alta inflação nas expectativas de mercado, destacando que a desancoragem dessas expectativas pode complicar ainda mais o manejo da política monetária. Ele frisou que esse fenômeno é crucial para o controle da inflação e do cenário econômico.

Controle de Câmbio e Política Monetária

Galípolo reiterou que o objetivo do Banco Central é o controle da meta de inflação, e não a gestão do câmbio, que no Brasil segue o regime de flutuação. "O câmbio vai ter impacto na inflação, mas nosso mandato é focado na meta de inflação", explicou. Ele também abordou a política monetária, reconhecendo que os altos juros no Brasil não têm uma explicação simples, especialmente com uma economia dinâmica e baixa taxa de desemprego. Galípolo sugeriu que os mecanismos de transmissão da política monetária no país podem não ser tão fluidos quanto em outras economias, o que exige taxas de juros mais altas para atingir os mesmos resultados.

Desafios da Economia Global e do Comércio

Em relação à guerra tarifária global, Galípolo mencionou que, embora a disputa tenha gerado incertezas, o Brasil se posiciona de maneira relativamente protegida devido à diversificação de sua pauta comercial e à relevância do mercado interno. "O Brasil tem se destacado pela sua diversificação nas relações comerciais", afirmou.

Questão Fiscal e Regulação Financeira

Galípolo também abordou o impacto das questões fiscais sobre o preço dos ativos e ressaltou que, embora o Banco Central não tenha papel na formulação da política fiscal, é fundamental observar como o mercado reage a essas questões. "Não é o papel do Banco Central comentar sobre a política fiscal, mas devemos analisar como o mercado precifica esses ativos", afirmou. Além disso, mencionou a necessidade de reformas estruturais para resolver problemas de indexação e engessamento orçamentário.

Agenda de Trabalho do Banco Central

O presidente do Banco Central detalhou as prioridades para o ano, incluindo a ampliação do crédito a juros baixos, a manutenção da estabilidade financeira e o aprimoramento da comunicação do BC com o público. Galípolo afirmou que é necessário melhorar a interação com a sociedade, especialmente para prevenir golpes e fraudes, além de informar sobre medidas que impactam o cotidiano dos cidadãos.

Ele também destacou os desafios no mercado de crédito, com muitas famílias utilizando linhas de crédito de alto custo. A substituição dessas linhas por opções mais acessíveis e com garantia seria uma forma de aumentar a eficácia da política monetária.

Reformas e Modernização do Banco Central

O presidente do BC evitou se pronunciar diretamente sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65, que visa conceder maior autonomia financeira e orçamentária ao Banco Central. No entanto, Galípolo afirmou que há consenso sobre a necessidade de atualizar o arcabouço legal da instituição para que ela possa cumprir suas atribuições de forma mais eficiente.

Em relação à divisão interna do Banco Central sobre o regime trabalhista dos servidores, o presidente destacou a importância de um debate contínuo sobre o tema.

Visão sobre a Economia Internacional

O cenário internacional, especialmente o impacto da guerra tarifária entre os Estados Unidos e seus parceiros, foi outro ponto abordado por Galípolo. O presidente do Banco Central explicou que, embora haja incertezas sobre o futuro, o Brasil pode se beneficiar de um cenário de desaceleração global e até mesmo de desinflação devido à queda nos preços das commodities. No entanto, ele ressaltou que o cenário continua volátil, com os mercados reagindo a mudanças nas políticas dos EUA e suas consequências para a economia global.

Conclusão

Gabriel Galípolo finalizou sua participação enfatizando a importância da transparência e do diálogo entre o Banco Central e a sociedade. Ele reafirmou o compromisso da autoridade monetária em cumprir sua missão de controlar a inflação e garantir a estabilidade econômica, apesar dos desafios internos e externos.

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.

 
 

Comente esta notícia