A influenciadora digital e empresária Virginia Fonseca compareceu nesta terça-feira (13) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas Esportivas, no Senado, onde foi ouvida sobre sua participação em campanhas publicitárias de casas de apostas on-line. O clima amistoso do início da sessão logo deu lugar a momentos de desconforto e respostas incisivas por parte da depoente.
Durante a oitiva, Virginia enfatizou que sua fortuna não se deve às parcerias com plataformas de apostas. “Eu já tinha 30 milhões de seguidores quando comecei a divulgar bets. A minha empresa, a WePink, faturou cerca de R$ 750 milhões no ano passado. Então, não foi com aposta que fiquei milionária”, declarou.
A empresária afirmou ter consciência de sua influência nas redes e garantiu que segue as regras legais ao aceitar campanhas publicitárias. “Tenho noção da minha responsabilidade. Não faço nada fora da lei, nada que não seja permitido”, disse.
Questionada se pretende seguir fazendo esse tipo de publicidade, Virginia respondeu que vai refletir sobre o assunto. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, sugeriu que a influenciadora poderia ser uma aliada contra a promoção de jogos de azar: “Se a senhora puder ser uma influenciadora contrária, já ajudaria muito. Porque a senhora não precisa do dinheiro das bets”, afirmou Soraya.
Em tom crítico, Virginia defendeu que, se o impacto dos jogos for tão negativo, a atividade deveria ser proibida de forma definitiva. “Se realmente faz tão mal para a população, então que se proíba tudo. Por que regulamentar?”, questionou. Ela também garantiu que nunca promoveu casas de apostas que não estejam devidamente regularizadas.
A influenciadora ainda devolveu a responsabilidade para os parlamentares: “Acho que os pedidos de socorro deveriam ser direcionados à senhora, senadora, que tem poder para fazer algo”.
Apesar das tensões, Virginia permaneceu firme em suas declarações.