A cabeleireira Débora Rodrigues foi condenada a 14 anos de prisão esta semana em função dos atos golpistas do 8 de Janeiro de 2023, quando vândalos depredaram as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. Ela ficou conhecida por ter escrito 'perdeu, mané' na estátua em frente ao STF e virou símbolo da luta de parlamentares de direita contra punições rígidas da Justiça. O julgamento termina semana que vem e os ministros podem mudar seus votos.
A defesa de Débora acredita que a cabeleireira não vá voltar para o regime fechado. Além de ter ficado mais de dois anos preventivamente em regime fechado enquanto aguardava julgamento, Débora trabalhou e fez cursos no presídio. "A Débora fez dois cursos do Enem na prisão e sempre trabalhou e terá remissões, mas não tivemos acesso ainda ao tempo de remissão", diz a advogada Tanielle Telles, que defende a cabeleireira.
A grande preocupação da defesa e de Débora com a possível volta para o regime fechado. "A Débora acredita muito em Deus. Eu falei a Débora: 'sua condenação não é fim, a gente vai continuar orando, vai continuar acreditando na justiça divina e na justiça terrena´", diz a advogada Tanielle. "Falei para ela que a prisão domiciliar é uma possibilidade real. Votar para a prisão fechada é uma sensação de uma segunda morte". Tanielli diz que Débora chorou muito, ao falar com os advogados de defesa sobre os rumos do julgamento e sobre a prisão.
A defesa de Débora comemorou muito o voto do ministro Luiz Fux, que sugeriu uma pena somente pelo crime de deterioração do patrimônio tombado, excluindo os crimes como golpe do Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito, associação criminosa armada. "O voto do ministro Fux é um voto explêndido, é um voto incrível", diz Tanielle. "O ministro Fux é um juiz de carreira, é o único juiz ali na Suprema Corte".