A Prefeitura de Niterói pagou R$ 55 mil à família de Juliana Marins, que morreu durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, para cobrir as despesas de repatriação dos restos mortais. A informação foi confirmada à CNN pela prefeitura. A jovem é natural da cidade metropolitana do Rio de Janeiro.
O anúncio do custeamento foi feito pelo município na noite da última quarta-feira (25). Em nota, a prefeitura de Niterói disse que o acordo inclui também os procedimentos para o sepultamento da publicitária, que será velada e enterrada na cidade.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também determinou ao Ministério das Relações Exteriores que prestasse todo o apoio à família, o que incluía o traslado do corpo até o Brasil. O Decreto foi publicado na sexta-feira (27), no Diário Oficial da União permite o custeio, pelo governo federal, do traslado de corpos de brasileiros falecidos no exterior, o que antes era vetado pelas normas federais.
Homenagem
O prefeito Rodrigo Neves (PDT) prometeu renomear o Mirante e à Praia do Sossego, em Camboinhas, com o nome da publicitária. Segundo a prefeitura de Niterói, a mudança do nome é uma homenagem à sua memória e ao amor que ela tinha pelo local.
Relembre caso
A jovem brasileira Juliana Marins faleceu em um grave acidente durante uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, na sexta-feira (20). Ela tropeçou, escorregou e caiu cerca de 300 metros da trilha. Inicialmente, Juliana conseguia mover os braços e olhar para cima, mas não se levantar.
Turistas que a avistaram horas depois comunicaram sua família pelas redes sociais, enviando localização e imagens, incluindo de drone. Juliana estava em um "mochilão pela Ásia" desde fevereiro, tendo passado por Filipinas, Tailândia e Vietnã, e uma amiga descreveu que ela estava "vivendo um sonho de viajar pela Ásia".
Os esforços de resgate de Juliana enfrentaram desafios complexos por quase quatro dias. A região do vulcão Rinjani é de difícil acesso, com terreno íngreme, muita neblina que reduzia a visibilidade e pedras escorregadias devido ao sereno. As buscas foram interrompidas diversas vezes por conta das condições climáticas adversas.
Após quatro dias de buscas, Juliana Marins foi encontrada morta na terça-feira, 24 de junho. A confirmação do óbito foi feita pela família e pelo Itamaraty.
O Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia, tem um histórico preocupante de segurança, com 8 mortes e cerca de 180 acidentes registrados desde 2020, majoritariamente quedas e torções. Turistas e geólogos criticaram a precariedade da infraestrutura de segurança local, a falta de sinalização, o socorro lento e a ausência de equipamentos adequados.
A autópsia realizada pelo médico legista Ida Bagus Putu Alit apontou que Juliana, morreu vítima de um traumatismo por força contundente após queda no vulcão. Ainda segundo o exame forense, a morte ocorreu em um período estimado de não mais de 20 minutos após o trauma mais grave.
Embora a autópsia seja considerada provisória até a conclusão dos exames toxicológicos – um procedimento padrão que leva cerca de duas semanas e não indica suspeita de substâncias envolvidas – a causa principal já está estabelecida.