Durante evento de entrega de títulos de regularização fundiária no Tocantins, nesta sexta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar duramente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), programas da gestão anterior e os apoiadores do rival político. Em tom inflamado, Lula acusou Bolsonaro de usar doações via Pix para “vagabundagem” e questionou a efetividade de ações como o programa Casa Verde e Amarela e a Carteira de Trabalho Verde e Amarela.
"Cadê a Casa Verde e Amarela? Cadê a Carteira Verde e Amarela? O trabalhador quer trabalho, não cor", disse o presidente, ao reafirmar sua proposta de apoiar também os que preferem atuar por conta própria. “Quem quiser carteira assinada, vai ter. Quem quiser empreender, vai ter crédito”, completou, em uma fala que marca distanciamento do discurso tradicional da esquerda trabalhista.
Lula também voltou a acusar Bolsonaro de desperdiçar recursos públicos em sua tentativa de reeleição em 2022. "Gastou R$ 300 bilhões para ver se ganhava", disparou.
Ainda no discurso, o petista enfatizou que seu governo não vai discriminar produtores rurais por posicionamento político. "Não me interessa se o fazendeiro votou no Bolsonaro ou mandou Pix pra ele. O que quero saber é se está produzindo para o país. Se estiver, vai ter crédito", garantiu.
Mesmo diante das promessas, Lula enfrenta crescentes desafios econômicos em seu terceiro mandato, com dificuldades para equilibrar o orçamento e pressões por novas receitas. A fala sobre o Plano Safra — que, segundo ele, será “o terceiro maior da história” — tenta acenar ao setor agrícola, onde o presidente tem alta rejeição.
Em meio à queda de popularidade e às críticas sobre a condução fiscal do país, Lula reafirmou que seu mandato é o reflexo do povo: “Não sou o presidente dos pobres, nem das mulheres. Eu sou vocês na Presidência da República”.